quinta-feira, 25 de junho de 2015

O que é Meditação?


Podemos que é a fundamentação da espiritualidade. Estar consigo mesmo, por alguns momentos, diariamente com a intenção e determinação a partir de um processo ou um método para buscar penetrar por um espaço interior onde somos completos, verdadeiros, centrados, íntegros.

E quanto mais valorizamos e respeitamos a necessidade deste momento, mais aumentamos a nossa consciência sobre o processo que desenvolvemos para chegar a ele, não devemos fazê-lo em busca de resultados concretos e objetivados, mas de encontrarmos a realidade expandida, profunda, satisfatória que a meditação proporciona. Existem muitas técnicas, orientais e ocidentais ligadas à uma crença religiosa ou não, mas não importa aquela com a qual nos identificamos desde que sejamos inteiros e disciplinados, deixando por um momento de lado nossos anseios e agitações para vivenciarmos a experiência da transcendência que deve ser natural, além de descortinarmos muitos de nossos aspectos e características encobertos pelo véu da ilusão.

Alguns preparos são importantes, mas muito mais do que estar num templo silencioso, precisamos mesmo é de remover as distrações cotidianas, e mantermos foco e atenção a um objeto ou à respiração, sem nada esperarmos que algo de místico aconteça. Quem pratica meditação, seja um praticante iniciante ou um avançado, todo lugar é lugar de prática, todo momento é o momento adequado, e tudo pode ser incluído, até mesmo os próprios pensamentos ou os ruídos da vida cotidiana. E é assim que acessamos outras dimensões ou estágios da consciência.

Quando muitas regras são estabelecidas além dos controles sobre o corpo, a mente reiteradamente busca desculpas para evitar a prática. É claro, que ter um momento sem atividade além do ato de respirar naturalmente e sem esforço, sentado em uma posição confortável, num ambiente tranquilo, faz muita diferença na qualidade da prática meditativa e no número de benefícios proporcionados. Mas meditação também é movimento, também é dança, é visualização, é canto e repetição. É a hora do banho é hora de meditação, assim como podemos meditar caminhando.


Budha ensinou a importância de tirarmos pelo menos quarenta minutos para sentarmos sem fazer nada. Não disse que tínhamos que esperar pela iluminação com a “subida da energia da Kundalini”, ou que deveríamos esperar pelos espasmos musculares quando penetrássemos pelas dimensões superiores da consciência, ou que iríamos visualizar seres extraordinários. Criaram-se ao longo dos tempos expectativas místicas, que apenas serviu para afastar as pessoas deste simples momento de estar consigo mesmo, abrindo espaço para uma experiência de unidade com todo o Universo. Integrando as partes abandonadas pelos excessos da vida cotidiana tão cheia de cobranças e tensões.

As pessoas que parecem temer este contato consigo mesmas,  elas não sabem que a meditação muda o nosso mundo exterior, os nossos relacionamentos, o olhar sobre os problemas, sobre a vida, porque acima de tudo muda o nosso interior. Tornamo-nos naturalmente mais pacientes, focados, centrados, atentos, melhoramos a nossa memória, nos tornamos pessoas melhores. Tudo isto e a ciência ainda a cada dia revela mais, porque simplesmente nos voltamos para dentro por alguns momentos. E isto é a verdadeira meditação.

Não importa a crença religiosa ou espiritual de cada um, o que mais observamos são pessoas vivendo uma enorme incoerência, a grande maioria estabelece metas para a vida privada e/ou profissional, sem levar em consideração o árduo caminho que será necessário para que possam ser alcançadas, que se opõe ao ritmo de vida e das condições gerais. Falta uma real análise das condições, da flexibilidade necessária, do contexto emocional, da educação. Obviamente que estas metas ou sonhos deixam claro que apenas estão buscando o fim do sofrimento e da dor. Parece que existe uma cobrança interna que mantém a pessoa ocupada demais, desenvolvendo hábitos e comportamentos nocivos, relações doentias e estéreis para justificar as metas mesmo que inconscientemente. Fica difícil aceitar então o convite para fazer este retiro para os reinos interiores, é mais fácil construir algo no mundo externo, do que escavar nosso mundo sombrio e silencioso. Estamos invertendo as nossas mais antigas inclinações de recolhimento, introspecção e abnegação.


Os praticantes de meditação regulam melhor as suas emoções, conhecem-se melhores, atuam a partir de dentro, escolhem melhor suas opções de crenças e estilos de vida, estabelecem uma conexão com o Universo de forma única e sem tendências. Então porque não começar a meditar!

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