terça-feira, 6 de novembro de 2018

Meditação da Bondade Amorosa (Loving Kindness) transforma seu cérebro




Meditação da Bondade Amorosa
(Loving Kindness)

As práticas meditativas baseadas em Mindfulness vêm sendo estudadas desde a década de 1970, de lá para cá as pesquisas foram se tornando cada vez mais profundas e variadas para que realmente os cientistas possam compreender os benefícios das práticas nas mais variadas áreas da vida do ser humano. E eles têm se surpreendido como as práticas de meditação mudam a estrutura cerebral devido à plasticidade do cérebro.

Agora as pesquisas estão abrangendo também outras técnicas derivadas da Atenção Plena, entre elas a técnica de Metta Bhavana em pali e que recebeu o nome de Loving Kindness, que podemos traduzir livremente como meditação da Bondade Amorosa. Esta técnica funciona muito bem quando precisamos desenvolver ou aumentar a nossa capacidade de compaixão e empatia.

A Universidade de Wisconsin- Madison estudou o cérebro de monges tibetanos e meditadores avançados com mais de 10.000 horas de práticas contemplativas através da Ressonância Magnética Funcional (fMRI). O resultado encontrado foi que os circuitos cerebrais usados para detectar as emoções e sentimentos dos outros eram muito mais fortes naqueles que praticaram a meditação Loving Kindness do que naqueles que não praticam nenhum tipo de meditação. Quanto mais praticam esta técnica de meditação, mais fortes são os circuitos cerebrais, e isto mostra a capacidade elevada de emoções positivas e maior nível de felicidade!
Outra parte do cérebro – a Ínsula (situado na parte frontal do cérebro e responsável pelas representações corporais da emoção) mostrou maior atividade durante a prática da Loving Kindness. E esta atividade era significativamente maior naqueles que meditavam a mais tempo, a conjuntura Temporo parietal (parte legada à percepção dos estados mentais e das emoções dos outros) também aumentou sua atividade. Ambas as áreas estão ligadas à nossa capacidade de compartilhar emoções, compaixão e empatia.

Segundo Phd Dr. Richard Davidson, Psiquiatra, pesquisador na área de Neurociência Afetiva e diretor do estudo na Universidade de Wisconsin “as pessoas não estão apenas presas em seus respectivos pontos de ajustes. Podemos aproveitar a plasticidade do nosso cérebro e treiná-lo para melhorar as suas qualidades”. Ou seja, podemos treinar o nosso cérebro para sermos mais compassivos e bondosos. E isto pode se estender inclusive para aqueles com quem estamos em maior conflito. E ele complementa “A política deve basear-se naquilo que nos une. Só assim poderemos reduzir o sofrimento no mundo. Acredito na gentileza, na ternura e na bondade, mas temos que nos treinar nisso”.

Dr Richard Davidson revela a importância que uma mente calma tem para desenvolver as qualidades de bem-estar e clareza mental diante de qualquer situação. Segundo suas pesquisas nosso cérebro pode criar novos circuitos com duas horas de prática diária de meditação Mindfulness (Atenção Plena) e Loving Kindness (Bondade Amorosa).

Após medir a expressão dos genes antes e depois da prática meditativa, ele descobriu que os genes mudam consideravelmente e que as zonas inflamadas ou com tendência à inflamação sofrem uma grande redução.

Desde 1992 SS Dalai Lama vem incentivando Dr Richard Davidson a focar suas pesquisas na gentileza, ternura e compaixão ao contrário de estudar somente o stress e seus sintomas e depressão / ansiedade.

Segundo os ensinamentos da Psicologia Budista compaixão e empatia são diferentes. Empatia é a habilidade de se colocar no lugar do outro e fazer por ele o que é preciso fazer para aliviar seu sofrimento; enquanto que compaixão é o desejo consciente que todos os seres sencientes sejam livres do sofrimento. E define a bondade amorosa como um sentimento de amor desinteressado pelos outros, que reflete em um desejo sem distinção alguma de que todos sejam bem-aventurados e felizes. E as pesquisas cientificas revelaram que os circuitos neurológicos que levam à empatia ou à compaixão são diferentes.

Em seus estudos Dr Richard Davidson descobriu que a ternura faz parte do circuito da compaixão, e que pode ser ampliado em qualquer idade, inclusive as crianças educadas para desenvolverem maior compaixão e ternura possuem melhor saúde mental e equilíbrio emocional e se saem melhor em seus estudos.

Uma das coisas mais interessantes que tenho visto nos circuitos neurais da compaixão é que a área motora do cérebro é ativada: a compaixão nos capacita a agir, para aliviar o sofrimento. ”

Como o praticante da meditação da bondade amorosa o monge budista Matthieu Ricard (considerado o homem mais feliz do mundo, autor dos Livros: Felicidade e a Revolução do Altruísmo e participante das pesquisas da Universidade de Wisconsin – Madison), ensina: “A meditação não é apenas uma maravilha debaixo de uma mangueira. Ela muda o seu cérebro e, portanto, muda o que você é. Com a meditação da bondade amorosa, você tem o poder de levar uma vida mais compassiva e feliz. Como essa prática não requer tempo, lugar ou ferramentas especiais, é fácil encaixá-la em sua rotina diária. Da próxima vez que você estiver tomando seu chá matinal, relaxando no final de semana, ou mesmo dirigindo-se pela estrada, considere acrescentar de dez a 30 minutos de bondade ao seu dia”.




O Círculo de Meditação do Instituto Casa do Encontro convida para uma prática de Meditação da Bondade Amorosa que irá acontecer na próxima segunda feira dia 12 de novembro as 19h30m. As inscrições são necessárias e podem ser feitas pelos e-mails: casadoencontro@gmail.com ou seratento.2016@gmail.com. Valor de troca R$ 35,00 mais um quilo de alimento. Aguardamos você.

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