sábado, 24 de novembro de 2018

Coping Espiritual – Você sabe o que é?





Podemos definir Coping (Enfrentamento) Espiritual como a forma que um indivíduo usa sua crença ou fé em uma religião (ou religiosidade) ou espiritualidade e as suas estratégias para lidar com os fatores estressantes e as consequências negativas dos diferentes problemas da vida.
Mas primeiro precisamos discutir, afinal qual a diferença entre religião, religiosidade e espiritualidade?
Definir religião e espiritualidade é surpreendentemente difícil, em parte, porque estamos vivendo em um mundo cada vez mais multicultural e multireligioso, e em parte porque os significados da religião e da espiritualidade evoluem com o tempo, e o significado desses termos mudou rapidamente nos últimos 50 anos. 
Durante grande parte do século 20, a religião era vista pelos psicólogos e outros cientistas sociais como um termo amplo que abrangia tanto o individual quanto o institucional, tanto o bom quanto o mal, e ambas as formas tradicionais e não tradicionais de espiritualidade. De fato, algumas definições clássicas de religião seriam difíceis de distinguir das concepções modernas de espiritualidade. 
Na última parte do século, o termo espiritualidade foi introduzido e começou a assumir alguns dos significados da religiosidade. No processo, visões de base ampla da religião deram lugar a perspectivas mais restritas, e os termos religião espiritualidade tornaram-se cada vez mais polarizados uns dos outros. 
Espiritualidade tem a ver com o espírito, não como fantasmas, mas como na essência do ser humano - sua alma ou sua vida interior, seu Eu Maior ou Self.


Espiritualidade muitas vezes tem a ver com religião. Poderíamos dizer: "Eu não sou religioso, mas tenho um forte senso de espiritualidade", “acredito em Jesus do meu jeito, não frequento nenhuma igreja”, o que pode significar que você pratica Yoga ou meditação, ou reza com um grupo, ou nutre seu espírito passando tempo na natureza, mas sem frequentar ou basear sua fé nos dogmas de uma instituição organizada. As religiões geralmente definem crenças, rituais, dogmas, sacramentos, normas e diretrizes; a espiritualidade é mais individual.

A religião tem dois significados relacionados: é a crença de que um ou mais seres divinos são responsáveis ​​pelo destino de toda a vida humana, e é também uma organização onde as pessoas de uma religião específica podem expressar suas crenças, realizar seus rituais, cumprirem com os dogmas, seguindo a orientação de um representante religioso como o Papa, Pastores, Rabinos entre outros em um local específico como as igrejas ou templos.
Budismo, judaísmo, cristianismo, hinduísmo, islamismo: estes são exemplos de religiões, e milhões em todo o mundo seguem os princípios definidos por sua fé escolhida. A raiz da palavra religiosa vem do latim e significa “ligar”, e a religião liga as pessoas não apenas por suas práticas, mas também por suas ideias. A maioria das religiões tem sua própria história sobre a criação do universo, e cada uma delas tem uma explicação diferente para o significado da vida, que é uma fonte de conforto para os seguidores de uma religião e normalmente baseiam-se em um ou mais livros considerados sagrados como a Bíblia, o Alcorão ou a Torá.

As pesquisas sobre coping espiritual nos tratamentos clínicos de Phd Kenneth Pargament
provavelmente o principal autor em psicologia e religião no mundo atualmente e, Professor de psicologia na Bowling Green State University (EUA), onde ele define a espiritualidade como “a busca pelo sagrado” , onde o termo “sagrado” refere-se não apenas a conceitos de Deus e poderes superiores, mas também a outros aspectos da vida que são percebidos como manifestações do divino ou imbuídos de qualidades divinas, como transcendência, imanência, infinitude e supremacia. Crenças, práticas, experiências, relacionamentos, motivações, arte, natureza, guerra - virtualmente qualquer parte da vida, positiva ou negativa, pode ser dotada de status sagrado; e suas pesquisas tem mostrado a relevância de considerar a visão do sagrado do paciente nos tratamentos clínicos dos mais diferentes diagnósticos.


Cada indivíduo reage de forma diferentes aos difíceis momentos ou circunstancias da vida, uns utilizam a fé em sua crença religiosa ou espiritual outros não. O coping então tem suas funções segundo Panzini e são:
1.     Sentido/significado
2.     Controle
3.     Conforto
4.     Intimidade
5.     Transformações na vida
O coping pode ser:
1.     Positivo – Traz significado e propósito a vida, integração psicológica, motivação e esperança, usa a fé como auxilio positivo ao tratamento;
2.     Neutro – Não usa sua crença ou fé religiosa/espiritual como auxilio ao tratamento, nem como força e esperança nas situações negativas da vida;
3.     Negativo – Promove medo, culpa e ansiedade, reavalia os poderes divinos e/ou demoníacos, traz o sentimento de punição divina, prejudica o tratamento clínico, tem rigidez de pensamentos e práticas excessivas entre outros comportamentos nocivos.
As formas de coping:
1.     Auto direcionado
2.     Colaborativo (Participação ativa ou renúncia)
3.     Delegativo (Submissão ou suplica)

Cada vez mais a ciência vem pesquisando a importância da integralidade do ser, considerando que para a felicidade genuína, qualidade de vida e bem-estar o ser humano deve estar integrado em sua saúde física, mental, emocional e espiritual. Alguns clínicos de diferentes áreas já costumam considerar em seus tratamentos, (alguns criando uma forma de anamnese espiritual ou uma conversa franca sobre como o indivíduo usa a sua fé ou crença para lidar com os diferentes aspectos da vida) a visão da espiritualidade/religião (obviamente respeitando a fé ou crença, mas levando em consideração se o coping é positivo, negativo ou neutro).
É comum nos centros hospitalares o oferecimento de ajuda espiritual caso o paciente sinta a necessidade de compartilhar com um religioso a sua dor e não tenha especificamente aonde ir. Mesmo nos tratamentos de saúde emocional e mental a visão de mundo que o paciente tem deve ser considerada, hoje temos uma evolução nos tratamentos psicoterapêuticos e vemos técnicas inovadoras com excelentes resultados que levam em consideração todas as dimensões que compõem o ser humano como: a Psicologia Integral, Psicologia Transpessoal, Terapia da Aceitação e Compromisso baseado em Mindfulness, Terapia Baseada em Mindfulness, Terapia da Auto Compaixão, Terapia Focada em Compaixão, e treinamentos da mente baseados na Psicologia Budista (que não usa a religiosidade Budista, mas a filosofia e a psicologia contida nos ensinamentos e suas técnicas de treinamento mental já descritas pelo próprio Budha em 600 a.C. e atualmente consideradas técnicas de excelência para muitos transtornos mentais e emocionais) entre muitas outras além da Ciência Contemplativa e a Ciência da Compaixão, todos com benefícios cientificamente comprovados por pesquisas em universidades americanas e europeias.

Estamos saindo daquela visão de mundo onde a ciência percorria um caminho diferente e distante do caminho da espiritualidade, mas caminham lado a lado de forma respeitosa para melhorar a qualidade de vida levando em consideração todas as dimensões do ser humano. Assim convido você leitor a observar-se e perguntar-se: como uso a minha fé diante das dificuldades da vida? Meu terapeuta ou clínico leva em consideração a minha visão espiritual?

Autora - Sonia A F Santos – Psicoterapeuta Transpessoal, Analista Junguiana, Mindfulness & Compassion Instructor & Therapist do Instituto Casa do Encontro.

 Referencias:
·                     Hill, PC, Pargament, KI, Hood, Jr. RW, McCullough, ME, Swyers, JP, Larson, DB, & Zinnbauer, BJ (2000). Conceituando religião e espiritualidade: Pontos de comunalidade, pontos de partida. Jornal para a teoria do comportamento social, 30 , 51-77. 
·                      Pargament, KI, Mahoney, A., Exline, JJ, Jones, J., & Shafranske, E. (no prelo). Prevendo um paradigma integrativo para a psicologia da religião e da espiritualidade. Em KI Pargament (Ed. Em Chefe), J. Exline e J. Jones (Assoc. Eds.), Manuais da APA em psicologia: Manual de Psicologia, Religião e Espiritualidade da APA: Vol 1. (pp. Xxx-xxx ). Washington, DC: Associação Americana de Psicologia.
·                     Pargament, KI (1999). A psicologia da religião e espiritualidade? Sim e não. Revista Internacional para a Psicologia da Religião, 9 , 3-16. 
·                     Pargamente, Koenig e Perez. The many Methods of Religious Coping. J Clin Psychology Vol 56:4 2000
·                     Panzini & Bandeira, 2007 Ver Psi Clin 34:1

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Como você lida com a sua raiva?




Como você lida com a sua raiva?

Já passei por situações onde percebi como a raiva descontrola o bom senso e faz com que pessoas equilibradas sejam capazes de reações jamais concebidas em momentos de calma e tranquilidade.

Lembro-me de uma vez, no final do meu curso na faculdade, último dia, todos felizes, mais uma etapa superada, quando um amigo me ofereceu carona. Ele era normalmente tranquilo, aquele tipo de pessoa que paga para não entrar numa briga, sempre levando tudo na brincadeira. Ao longo do percurso, ele foi literalmente provocado no trânsito, a princípio ele procurou não dar atenção ao que parecia apenas uma coisa banal. Mas tudo foi piorando, quando os dois carros emparelharam em um farol, as desavenças até então só verbais se tornaram graves, com o motorista do carro do lado saindo armado e dando tiros para o alto.

Na época eu ainda não estudava a filosofia oriental nem a psicologia budista, quando me dei conta percebi o quanto eu que sou também uma pessoa calma, estava completamente tomada por sentimentos controversos, uma mistura de pânico, choro, vergonha e raiva. E foi a raiva que roubou o melhor daquele final de tarde. Todos nós estamos sujeitos vivenciar situações onde somos literalmente tomados pela raiva, mas ai o que fazer?

A definição de raiva dentro da Psicologia Budista é: ser incapaz de suportar o objeto, ou a intenção de causar dano ao objeto. Raiva é definida como aversão com exagero mais forte. E a raiva é um dos três venenos apontados na Psicologia Budista mais poderosos e que estão por trás de todos os outros tipos de emoções destrutivas que o ser humano é capaz de sentir. Os outros dois venenos emocionais são a ignorância e apego.

O problema básico, de acordo com a Psicologia Budista, é que emoções como raiva e ódio são baseadas em projeções e exageros, não em objetividade ou sabedoria, e, portanto, basicamente elas são potencialmente destruidoras e causam profundos sofrimentos em quem sente e em quem recebe a energia desta emoção.

Para a Psicologia Budista, se há um veneno, há uma cura que é feita pelo antídoto. E a aplicação deste antídoto é um longo processo psicológico, que requer entre outros fatores: muito estudo, de si mesmo, dos aspectos filosóficos e psicológicos desta emoção, desenvolvimento das habilidades da atenção plena (Mindfulness), autocompaixão (compreensão das nossas próprias falhas e sofrimentos e busca de cura que seja eficaz e eficiente, mas com bondade amorosa para com a nossa própria dor), reflexão, observação honesta dos processos mentais e treinamento da mente para desenvolver novos hábitos e comportamentos e equilíbrio emocional.


Uma das técnicas de Treinamento Mental é o Lo Jong e outra ferramenta muito poderosa para obter equilíbrio emocional são os programas baseados em Mindfulness e Loving Kindness. Para começar, a meditação é um método ideal para rever uma situação em que alguém fica com raiva. Isso tem a vantagem de não ser exposto à situação real, mas é possível revisá-lo de maneira muito mais objetiva. Quando a meditação regular dá uma ideia do que é a raiva e do que acontece quando se está zangado, pode-se gradualmente tentar aplicá-la em situações da vida real, de preferência antes que a pessoa já esteja completamente sob controle da raiva. É um processo lento, mas a mudança em sua vida e as que estão ao seu redor podem mudar profundamente para melhor.

Como Sua Santidade o Dalai Lama mencionou:

"Quando a razão termina, então a raiva começa.
Portanto, a raiva é um sinal de fraqueza."

Então podemos dizer que a técnica de Mindfulness nos ajuda a controlar a raiva?

Mindfulness vem sendo tema de pesquisas cientificas desde a década de 1970, de lá para cá importantes universidades americanas e europeias vem investigando o que a primeira e mais simples técnica de meditação, indicada para leigos ou noviços e monges do Budismo, pode fazer pelo ser humano em geral, nas mais diferentes áreas da vida. E alguns dos novos estudos tem apontado para o fato de que a meditação da atenção plena (Mindfulness) desenvolve habilidades que permitem desenvolver a calma durante os conflitos nos relacionamentos.

Com a prática disciplinada, correta e constante desenvolvemos a clareza mental e com ela o estado de calma que se mantem independente das circunstâncias.  É claro que eventualmente de forma muito específica a raiva pode ser útil, um fator até motivacional, porém quando ela vem como uma reação, muitas vezes inconsciente, em que o ser perde o controle de seus atos, podendo chegar a violência física isto se torna um agravante para os conflitos nos relacionamentos já doentes ou conturbados.

Mas afinal é possível manter a calma em qualquer situação?

Uma das características das práticas de Mindfulness é a importância de prestar atenção ao momento presente, sem críticas ou julgamento, com aceitação, enquanto mantemos o estado de equanimidade. Um estudo realizado por David DeSteno e seus colegas deram a metade dos participantes uma prática diária de Mindfulness para fazer em casa por três semanas, enquanto a outra metade praticava a solução de problemas e quebra-cabeças cognitivos. A prática da atenção plena orientou os participantes a se concentrarem em suas sensações de respiração e corpo, monitorar pensamentos e perambulações mentais e desenvolver uma orientação sem julgamento em relação à sua experiência.

Então, no laboratório, os participantes fizeram um teste medindo seu "funcionamento executivo" ou controle cognitivo - que inclui a capacidade de inibir comportamentos indesejados - e depois fizeram uma breve apresentação sobre seus objetivos futuros para outra pessoa. Sem o conhecimento dos participantes, o ouvinte era membro do grupo de pesquisadores e sempre apresentava uma crítica contundente à palestra, não importando seu conteúdo.

Depois, os participantes foram perguntados primeiro como eles se sentiam (incluindo o quanto eles estavam bravos) e então disseram que tinham sido “aleatoriamente designados” para participar de uma amostra de degustação com o crítico usando alguns ingredientes - um dos quais era molho picante super apimentado. Os pesquisadores usaram a quantidade de molho picante adicionado à amostra para representar a disposição de um participante em causar danos à outra pessoa.

Os resultados mostraram que os meditadores deram significativamente menos molho de pimenta para a pessoa que os criticou do que os que não praticaram meditação - embora estivessem igualmente irritados após a crítica. Em outras palavras, os meditadores estavam menos dispostos a ser vingativos.

De acordo com DeSteno, esse resultado se encaixa bem com a teoria budista sobre o que é meditação Mindfulness.

Está fazendo exatamente o que os desenvolvedores de meditação esperavam que fizesse: aumentar o comportamento ético, impedindo as pessoas de infligir danos a outras pessoas em uma situação em que essa é a resposta normativa”, diz ele.

DeSteno supõe que a atenção plena pode funcionar de maneira ascendente, em vez de ajudar as pessoas a inibir o comportamento ou reprimir as emoções de maneira controlada e hierárquica. Isso pode ser uma boa notícia para aqueles que querem controlar sua raiva, mas acham difícil fazer isso.

"Em vez de tentar controlar um impulso que você tem, que é estressante e requer esforço, a atenção plena diminui sua 'impelência' ou o desejo de causar danos em primeiro lugar", diz ele. "Isso significa que você está menos em conflito com sua motivação."

O estudo também revelou um aumento na compaixão, de modo que a pessoa passa a se importar mais com o sofrimento do outro e não tem o desejo de ferir e causar mais dor.

E quando a raiva chega no casamento?

Em outro estudo, os casais completaram pesquisas sobre seus níveis gerais de atenção e foram ligados a monitores de pressão arterial e eletrocardiogramas para medir a variabilidade da frequência cardíaca (a variação no tempo entre os batimentos cardíacos, com níveis mais altos associados a melhor saúde e regulação emocional ). Então, os casais foram convidados a discutir um conflito em seu casamento que era de profunda preocupação para ambos.

Depois de analisar os dados cardiovasculares, os pesquisadores descobriram que os indivíduos mais conscientes tiveram leituras cardíacas melhores durante o conflito - em particular, melhor variabilidade da frequência cardíaca e menor pressão arterial sistólica - do que aqueles que eram menos conscientes. Isso sugere que a atenção plena ajuda as pessoas a manterem a calma durante o conflito - diminuindo seus riscos para a saúde , ao mesmo tempo em que potencialmente reduz a agressividade (que está ligada a esses marcadores).

"Se uma pessoa tem pressão arterial mais alta em uma situação como conflito conjugal, eles terão comportamentos mais hostis e relatarão sentir-se mais irritados durante a conversa em conflito", diz o pesquisador Jonathan Kimmes.

Curiosamente, ele e seus colegas também descobriram que, se um membro do casal estava com muita atenção, o outro parceiro também tinha leituras cardíacas melhores durante o conflito, independentemente de seus próprios níveis de atenção plena. Isso significa que ambos os parceiros podem se beneficiar da atenção plena de uma pessoa, talvez criando um efeito cascata que pode reduzir as tensões. Kimmes acredita que uma pessoa mais atenta provavelmente se comunica em um tom mais calmo e usa uma linguagem menos provocativa durante o conflito - um sinal que não se perde na outra pessoa, cujo coração se acalma em resposta.

“Uma conversa ou conflito é um processo dinâmico, onde estamos sempre lendo como a outra pessoa está reagindo”, diz Kimmes. "Isso significa que, se pudermos aprimorar a atenção plena de um parceiro, ele poderá ter efeitos secundários a seguir, de forma interpessoal."

Embora o estudo de Kimmes seja preliminar, acrescenta uma nova dimensão à pesquisa que conecta a atenção plena à satisfação conjugal. Além disso, espelha os resultados de outros estudos que demonstram o efeito positivo da atenção plena de uma pessoa sobre os outros - como professores mais conscientes que melhoram o clima emocional de suas salas de aula ou pais mais atentos que aumentam o bem-estar de seus filhos.

Juntos, esses dois estudos sugerem que o modo como a atenção plena reduz nossa agressão pode não ser através do controle consciente dos impulsos. E se isso for verdade, reduzir o conflito nos casamentos e outros relacionamentos pode exigir menos esforço e força de vontade do que pensávamos.


Referencias:

1 - As dimensões e mecanismos da atenção plena na regulação de comportamentos agressivos. Liang, Lindie H., Marrom, Douglas J., Ferris, D. Lança, Hanig, Samuel, Lian, Huiwen, Mantendo, Lisa M. Journal of Applied Psychology, Vol 103 (3), mar 2018, 281-299





Autora: Sonia A F Santos -  Mindfulness & Loving Kindness Intructor & Therapist, Psicoterapeuta Transpessoal, Analista Junguiana, estuda, ensina e prática Filosofia oriental e Psicologia Budista a 25 anos, e atende com técnicas baseadas na Psicologia Contemplativa a 15 anos. Para atendimento ou cursos ou programas baseados em Mindfulness entre em contato pelo whatsapp: 55 11 99463 5825.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Mindfulness e Propósito de Vida





Robert Byrne disse uma vez: O Proposito da vida é uma vida com proposito!

 É mais fácil falar do que fazer, afinal desde crianças ouvimos a frase – O que você quer ser quando crescer? Nem terminamos o ensino médio, já estamos preocupados com o curso universitário, e muitos nem sabem bem que carreira querem seguir, ouvi muitos colegas da faculdade falarem que haviam escolhido aquela profissão porque ela dava dinheiro, outros porque iriam assumir os negócios da família. Há muita pressão na família para que o jovem logo se torne independente financeiramente e no ambiente social.  Assim muitos jovens seguem o que parece mais promissor na época. No final, muitos se arrependem de suas escolhas.

Muitas pessoas entre 25 e 34 anos estão insatisfeitas com sua carreira segundo pesquisa americana. Mas existe uma saída! Com o uso da ferramenta de Mindfulness, de forma cuidadosa é possível descobrir um proposito, um significado para a vida, além de desenvolver a resiliência necessária para mudar de rumo, independentemente da idade, carreira, sexo ou crenças.

O que é Mindfulness (Atenção Plena)?

Segundo seu principal pesquisador e responsável pela criação do Programa de 8 semanas de Mindfulness – Mindfulness significa prestar atenção de uma maneira particular; de propósito, no momento presente, e sem julgar a serviço da auto compreensão e sabedoria.

Costumamos levar nossos processos mentais muito a sério, pensamos o tempo todo, principalmente tendo o “eu” como prioridade. Mas assim como nós não somos o nosso corpo, também não somos os nossos pensamentos. Embora seja muito difícil sermos observadores de nossa própria mente e de nossos pensamentos e sentimentos, quando se pratica a técnica da Atenção Plena, descobrimos quem realmente somos ao observar e treinar a nossa mente.

O antigo filósofo chinês Lao Tzu ensinava: Assim que você tiver feito um pensamento, ria disso!

Quando treinamos a nossa mente com a introspecção cuidadosa das técnicas meditativas baseadas em Mindfulness aprendemos a não mais a cair nas armadilhas da nossa mente e reconhecemos o quanto nossos pensamentos não refletem a realidade.

E Mindfulness pode me ajudar a descobrir meu propósito de vida?

Um dos muitos objetivos da prática do treinamento da mente é acalmar a mente que divaga entre muitos pensamentos, desta forma desenvolvemos habilidades de atenção plena que nos levam a ter mais clareza mental. Jon Kabat Zinn disse: Você começa a descascar a cebola para o que significa ser humano.

Quem prática Mindfulness como um treino diário e em vários momentos da vida reconhece que escolhas e decisões são feitas com mais critério, profundidade e prioridade. Nos tornamos líderes de nossa vida, vivemos de forma mais autentica, reconhecemos nossos pontos fracos e observamos quais comportamentos e crenças estão promovendo ou atrapalhando nosso sucesso, saímos do vitimismo para trilhar uma jornada com mais determinação.

Obviamente as práticas de meditação baseadas em Mindfulness não resolvem toda a nossa vida, mas elas nos ajudam a descobrir o propósito da vida, promove o sentimento de realização, qualidade de vida e o que a psicologia budista chama de felicidade genuína. Nossa mente torna-se calma e é na calma que nos reconectamos com quem realmente somos, percebemos a onde estamos e para onde queremos ir, nossa vida ganha significado.

Se você quer aprender a treinar a sua mente, ou quer descobrir qual o seu proposito ou significado de vida, estaremos nos dias 15 e 16 de dezembro no Espaço Deva Anupã com o Treinamento de Mindfulness para Propósito de vida. Mais informações sobre valores, parcelamento, endereço pelo e-mail: seratento.2016@gmail.com com a facilitadora Sonia Santos.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Meditação da Bondade Amorosa (Loving Kindness) transforma seu cérebro




Meditação da Bondade Amorosa
(Loving Kindness)

As práticas meditativas baseadas em Mindfulness vêm sendo estudadas desde a década de 1970, de lá para cá as pesquisas foram se tornando cada vez mais profundas e variadas para que realmente os cientistas possam compreender os benefícios das práticas nas mais variadas áreas da vida do ser humano. E eles têm se surpreendido como as práticas de meditação mudam a estrutura cerebral devido à plasticidade do cérebro.

Agora as pesquisas estão abrangendo também outras técnicas derivadas da Atenção Plena, entre elas a técnica de Metta Bhavana em pali e que recebeu o nome de Loving Kindness, que podemos traduzir livremente como meditação da Bondade Amorosa. Esta técnica funciona muito bem quando precisamos desenvolver ou aumentar a nossa capacidade de compaixão e empatia.

A Universidade de Wisconsin- Madison estudou o cérebro de monges tibetanos e meditadores avançados com mais de 10.000 horas de práticas contemplativas através da Ressonância Magnética Funcional (fMRI). O resultado encontrado foi que os circuitos cerebrais usados para detectar as emoções e sentimentos dos outros eram muito mais fortes naqueles que praticaram a meditação Loving Kindness do que naqueles que não praticam nenhum tipo de meditação. Quanto mais praticam esta técnica de meditação, mais fortes são os circuitos cerebrais, e isto mostra a capacidade elevada de emoções positivas e maior nível de felicidade!
Outra parte do cérebro – a Ínsula (situado na parte frontal do cérebro e responsável pelas representações corporais da emoção) mostrou maior atividade durante a prática da Loving Kindness. E esta atividade era significativamente maior naqueles que meditavam a mais tempo, a conjuntura Temporo parietal (parte legada à percepção dos estados mentais e das emoções dos outros) também aumentou sua atividade. Ambas as áreas estão ligadas à nossa capacidade de compartilhar emoções, compaixão e empatia.

Segundo Phd Dr. Richard Davidson, Psiquiatra, pesquisador na área de Neurociência Afetiva e diretor do estudo na Universidade de Wisconsin “as pessoas não estão apenas presas em seus respectivos pontos de ajustes. Podemos aproveitar a plasticidade do nosso cérebro e treiná-lo para melhorar as suas qualidades”. Ou seja, podemos treinar o nosso cérebro para sermos mais compassivos e bondosos. E isto pode se estender inclusive para aqueles com quem estamos em maior conflito. E ele complementa “A política deve basear-se naquilo que nos une. Só assim poderemos reduzir o sofrimento no mundo. Acredito na gentileza, na ternura e na bondade, mas temos que nos treinar nisso”.

Dr Richard Davidson revela a importância que uma mente calma tem para desenvolver as qualidades de bem-estar e clareza mental diante de qualquer situação. Segundo suas pesquisas nosso cérebro pode criar novos circuitos com duas horas de prática diária de meditação Mindfulness (Atenção Plena) e Loving Kindness (Bondade Amorosa).

Após medir a expressão dos genes antes e depois da prática meditativa, ele descobriu que os genes mudam consideravelmente e que as zonas inflamadas ou com tendência à inflamação sofrem uma grande redução.

Desde 1992 SS Dalai Lama vem incentivando Dr Richard Davidson a focar suas pesquisas na gentileza, ternura e compaixão ao contrário de estudar somente o stress e seus sintomas e depressão / ansiedade.

Segundo os ensinamentos da Psicologia Budista compaixão e empatia são diferentes. Empatia é a habilidade de se colocar no lugar do outro e fazer por ele o que é preciso fazer para aliviar seu sofrimento; enquanto que compaixão é o desejo consciente que todos os seres sencientes sejam livres do sofrimento. E define a bondade amorosa como um sentimento de amor desinteressado pelos outros, que reflete em um desejo sem distinção alguma de que todos sejam bem-aventurados e felizes. E as pesquisas cientificas revelaram que os circuitos neurológicos que levam à empatia ou à compaixão são diferentes.

Em seus estudos Dr Richard Davidson descobriu que a ternura faz parte do circuito da compaixão, e que pode ser ampliado em qualquer idade, inclusive as crianças educadas para desenvolverem maior compaixão e ternura possuem melhor saúde mental e equilíbrio emocional e se saem melhor em seus estudos.

Uma das coisas mais interessantes que tenho visto nos circuitos neurais da compaixão é que a área motora do cérebro é ativada: a compaixão nos capacita a agir, para aliviar o sofrimento. ”

Como o praticante da meditação da bondade amorosa o monge budista Matthieu Ricard (considerado o homem mais feliz do mundo, autor dos Livros: Felicidade e a Revolução do Altruísmo e participante das pesquisas da Universidade de Wisconsin – Madison), ensina: “A meditação não é apenas uma maravilha debaixo de uma mangueira. Ela muda o seu cérebro e, portanto, muda o que você é. Com a meditação da bondade amorosa, você tem o poder de levar uma vida mais compassiva e feliz. Como essa prática não requer tempo, lugar ou ferramentas especiais, é fácil encaixá-la em sua rotina diária. Da próxima vez que você estiver tomando seu chá matinal, relaxando no final de semana, ou mesmo dirigindo-se pela estrada, considere acrescentar de dez a 30 minutos de bondade ao seu dia”.




O Círculo de Meditação do Instituto Casa do Encontro convida para uma prática de Meditação da Bondade Amorosa que irá acontecer na próxima segunda feira dia 12 de novembro as 19h30m. As inscrições são necessárias e podem ser feitas pelos e-mails: casadoencontro@gmail.com ou seratento.2016@gmail.com. Valor de troca R$ 35,00 mais um quilo de alimento. Aguardamos você.

sábado, 27 de outubro de 2018

A Ciência da Compaixão




Você sabia que existe a Ciência da Compaixão? E que a Compaixão é uma ferramenta poderosa e cientificamente comprovada?

Vivemos tempos complicados, com uma verdadeira epidemia de solidão, transtornos mentais como depressão e ansiedade, fobias e síndromes diversas, infelizmente parece que virou algo comum. Mesmo quando temos condições matérias de suprirmos as nossas necessidades primordiais, ainda assim parece que algo está faltando, existe um vazio existencial, emocional, até mesmo social que não conseguimos preencher e que causa enorme sofrimento. E a ciência aponta evidências de - falta de compaixão.

SS Dalai Lama em uma conversa com Arianna Huffington disse: “Se dissermos, oh, a prática da compaixão é algo sagrado, não ouço ninguém se pronunciar. Se dissermos que o calor humano realmente reduz sua pressão arterial, sua ansiedade, seu stress e melhora sua saúde, então as pessoas prestam atenção”.

Mas afinal o que significa compaixão? Podemos começar dizendo o que compaixão não é - não é pena e nem piedade.  Compaixão pode ser definido como o reconhecimento do sofrimento do outro e o verdadeiro desejo de aliviar esse sofrimento, e empatia é a ação eficaz e eficiente de promover este alivio, não necessariamente fazendo o que aquele que sofre deseja, mas o que precisa ser feito.

No Ocidente a compaixão pode ser vista como um termo religioso, irrelevante para a sociedade moderna, as pessoas em geral mal conseguem encarar o próprio sofrimento e ser compassivo consigo mesmo (autocompaixão) entrando pela via tortuosa da autocomiseração, julgamento, crítica, vergonha, auto sabotagem, procrastinação e ruminações mentais, quanto mais ter um olhar compassivo para o sofrimento alheio, muito mais difícil ainda quando quem sofre não tem laços ou afinidades. No entanto as principais religiões apontam que a compaixão é boa, e atualmente a ciência vem corroborando este princípio, com estudos profundos sobre a compaixão e a empatia em todos os seus aspectos inclusive a autocompaixão.

Neurociência e Compaixão

Na Universidade da Califórnia Steve Cole, um cientista de neuro genética mostrou em sua pesquisa que a solidão leva a um perfil de stress imunológico menos saudável no nível do gene – sua expressão gênica os torna mais vulneráveis a processos inflamatórios que demonstraram ter efeitos negativos sobre a saúde.

Já os psicólogos especialistas em bem-estar Ed Diener e Martin Seligman indicam que a conexão social é um preditor de vida mais longa, recuperação mais rápida de doenças, níveis mais altos de felicidade e bem-estar e maior senso de proposito e significado. Na Universidade de Emory em Atlanta, Chuck Raison e seus colegas mediram as respostas das meditações baseadas em Compaixão e descobriram que elas reduzem as respostas neuroendócrinas, inflamatórias e os comportamentos negativos ligados ao stress psicossocial. Também foi em Emory que se desenvolveu o Treinamento da Compaixão na Abordagem Cognitiva com Lobsang Tenzin Negi.

As pesquisas realizadas por Stephanie Brown na Universidade de Michigan e na Stony Brook University mostraram que o ato de experimentar compaixão e ajudar os outros (empatia) realmente produz um grande bem-estar mental, emocional e físico, a sobrevivência do mais amável que leva à sobrevivência a longo prazo de uma espécie.  Os seres humanos assim como muitos animais, são instintivamente compassivos, os nossos cérebros estão ligados à compaixão.

Na Universidade de Stanford, o Centro de Pesquisa e Educação de Compaixão e Altruísmo (CCARE) realiza profundas pesquisas com um grande número de cientistas aliados a Budistas Tibetanos como Thupten Jinpa (responsável pelo desenvolvimento do Treinamento para o Cultivo da Compaixão) e Seguyu Rinpoche (que desenvolve pesquisas aliando as técnicas meditativas da Medicina Tibetana aos tratamentos clínicos da medicina ocidental) entre outros para estudar, compartilhar ideias científicas, propriedades psicológicas, fundamentos biológicos, correlatos de saúde e treinamentos da mente em compaixão. Estes encontros científicos entre a Filosofia e a Psicologia do Budismo Tibetano e a ciência ocidental estão transformando e desenvolvendo muitas áreas importantes como a Neurociência, Psicologia, Psiquiatria e outras áreas clínicas, além de criarem as bases para um grande banco de dados de compaixão que fundamentam uma nova linguagem e também motivam novas pesquisas.

A humanidade evoluiu rapidamente, porém rápido demais em relação à nossa habilidade como espécie para evoluir e responder ao avanço da sociedade moderna. Vivemos estressados, o volume de informações diários que inundam a nossa mente é enorme, multitarefas, responsabilidades extremas no trabalho, família, conexão social, saúde e muito mais. Desaprendemos a relaxar, e os níveis de stress são altos e constantes. Tudo isso somado diminui ou quando não, anula nossa capacidade de responder com compaixão, e nos desconecta deste estado inerente a todo ser senciente.

Na sociedade moderna, você tem a liberação crônica, em níveis baixos, de hormônios ou proteínas que são prejudiciais à sua saúde. -  Dr. James Doty (CCARE – Stanford University)

O que a ciência descobriu é que o nosso sistema nervoso não foi criado para ser desencadeado cronicamente. Uma grande variedade de doenças tem como causa a liberação de proteínas inflamatórias liberadas em resposta ao acionamento do stress (sistema luta/fuga), consequentemente ocorre uma diminuição na função ou capacidade do sistema imunológico para responder às ameaças. Devido a isso segundo o Dr Doty (autor do livro: A Maior de Todas as Mágicas), vivemos uma epidemia de stress agravado pelos quadros de transtornos depressivos/ansiolíticos. Vivemos com nosso sistema nervoso superestimulado, mais reativo e rápido em nossos julgamentos e críticas sobre os outros e nossa capacidade de compaixão fica praticamente anulada.

Quando alguém age com intenção compassiva, tem um enorme e enorme efeito positivo em sua fisiologia. Isso os tira do modo de ameaça e os coloca no modo de descanso e digestão. O que acontece quando isso ocorre é o modo como eles reagem aos eventos. Em vez de uma resposta rápida, muitas vezes baseada em medo ou ansiedade, ela permite uma resposta muito mais deliberativa ou criteriosa, que normalmente é muito mais eficaz e mais criativa, porque permite que sua área de controle executivo funcione da melhor maneira possível. Dr Doty

Compaixão como técnica terapêutica

Ao longo dos últimos anos, os estudos científicos desenvolveram diversas terapias baseadas na compaixão, entre elas podemos citar:

·        Terapia Focada na Compaixão (CFT) por Phd Paul Gilbert
·        Treinamento da Compaixão na Abordagem Cognitiva ( CBCT) por Lobsang Tenzin Negi
·        Treinamento para o Cultivo da Compaixão (CCT) – Thupten Jinpa
·        Terapia de Compaixão Baseada Nos Estilos de Apego (ABCT) – Javier Garcia Campayo e M Demarzo
·        Autocompaixão baseada em Mindfulness (MSC) – K Neff & C. Germer

São as mais estudadas, protocoladas e com escalas validadas, que podem ser aplicadas como técnicas psicoterapêuticas, cada abordagem tem seus próprios exercícios, scripts de meditação, treinamentos da mente e escalas validadas, mas todas com amplos benefícios comprovados.

Em geral estas técnicas revelam-se importantes nos tratamentos de:

·        Ansiedade
·        Vergonha
·        Autocrítica
·        Depressão
·        Transtornos de imagens
·        Descontroles emocionais
·        Auto ferimento

O que já foi observado é que muitos indivíduos (terapeutas ou mesmo os próprios pacientes) podem ter medo de trabalhar com a compaixão na abordagem terapêutica, muitos têm dificuldade em compreender a própria compaixão. Outros apresentam dificuldade de trabalhar com estados de consciência mais focado e atento e técnicas de meditação da bondade amorosa com uso de imagens compassivas, e o fracasso pode levar à autocrítica, ou o uso de eventos e pessoas  podem trazer à tona experiências passadas negativas. Para pessoas que estão profundamente envolvidas em emoções destrutivas como a raiva o tratamento pode demorar para ter eficácia.

No entanto, o uso terapêutico da compaixão pode proporcionar o aprendizado de:

·     Exercícios de valorização de atividades ou coisas que o indivíduo gosta, promovendo mudanças para comportamentos positivos;
·     Mindfulness (Foco, Atenção plena) onde o paciente aprende a prestar atenção ao momento presente sem críticas ou julgamentos, desenvolvendo resiliência e aceitação.
·     Exercícios de imagens focados em compaixão para estimular a mente e o sistema fisiológico, além de harmonizar três sistemas cerebrais (Sistema de Satisfação, calma e segurança; sistema ameaça e proteção e sistema de conquista), muitos dos exercícios atual principalmente no sistema de satisfação, ensinando o indivíduo a relaxar e a ter clareza mental.

Assim alguns dos benefícios que podem ser citados são:

·        Melhora no sentimento de felicidade e bem-estar
·        Maior otimismo e aceitação
·        Afeto positivo
·        Autoconhecimento
·        Gerenciamento dos estados emocionais
·        Melhor percepção do mundo
·        Maior importância ao auto cuidado
·        Conscientização da auto crítica como pensamento
·        Escolhas baseadas na sabedoria
·        Iniciativa pessoal
·        Curiosidade e exploração
·        Desenvolvimento da autoconsciência
·        Melhora nos inter-relacionamentos
·        Melhora na conexão social

Como em muitas outras técnicas é de extrema relevância que o profissional aplique as técnicas de Mindfulness e Compaixão consigo mesmo, além de obter os benefícios poderá aplicar com profundidade os exercícios pois compreenderá as dificuldades que o seu paciente poderá enfrentar.

Referências:

1.     Braehler, C., Gumley, A., Harper, J., Wallace, S., Norrie, J. e Gilbert, P. (2013). Explorando os processos de mudança na terapia focada na compaixão na psicose: Resultados de um estudo controlado randomizado de viabilidade. British Journal of Clinical Psychology , 52, 199-214. 

2.     Gilbert, Paul. (2010). Uma introdução à teoria e prática da terapia focada na compaixão e treinamento compassivo da mente para dificuldades baseadas na vergonha. Obtido de http://www.compassionatemind.co.uk/downloads/training_materials/1.%20Workbook_2010.pdf
3.     Gilbert, Paul. (2009). Introduzindo a terapia focada na compaixão. Avanços no Tratamento Psiquiátrico , 15 (3), 199-208. DOI: 10.1192 / apt.bp.107.005264. Obtido de http://apt.rcpsych.org/content/15/3/199
4.     Gilbert, Paul. (2014). As origens e a natureza da terapia focada na compaixão. Revista Britânica de Psicologia Clínica , 53 (1), 6-41. DOI: 10.1111 / bjc.12043
5.     Goss, K. & Allan, S. (2014). O desenvolvimento e aplicação de terapia focada na compaixão para transtornos alimentares. British Journal of Clinical Psychology , 53, 62-77.
6.     Leaviss, J. e Uttley, L. (2014, 12 de setembro). Benefícios psicoterapêuticos da terapia focada na compaixão: uma revisão sistemática inicial. Obtido em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4413786
7. Garcia-Campayo, J. e Demarzo M. (2018) A Ciencia da Compaixão. Palas Athena
8. Neff, K. D, Germer C.. (2017) Mindfulness & Self Compassion. Lucida Letra