terça-feira, 12 de maio de 2015

Mindfulness no Tratamento do Zumbido (Tinnitus)

De acordo com a revista on line Mindfulness publicada em 03 de Abril de 2015, métodos utilizados em um estudo piloto recente pela Universidade da California, em São Francisco (UCSF) na Audiologia Clínica, a prática da Mindfulness (MBSR) pode fornecer alívio para o zumbido a longo prazo.

O pesquisador Jennifer Gans PsyD, descobriu que a pratica de Mindfulness como parte de um Programa de Gestão do Paciente com Zumbido (Tinnitus) tem contribuído para aliviar os ruídos ou zumbidos que os pacientes ouvem de forma constante. Mindfulness é declaradamente um  estado mental de atenção plena que estabelece a consciência no momento presente, enquanto calmamente reconhece os sentimentos e as sensações corporais.

Geralmente definido como uma percepção auditiva de um som que não é produzido externamente, o zumbido pode ter muitas causas, incluindo o envelhecimento, a perda auditiva, a exposição prolongada a ruídos intensos, lesão na cabeça, e uso de alguns medicamentos prescritos e até mesmo aqueles tomados sem prescrição.

No estudo piloto realizado pela Universidade da Califórnia, sete pacientes com problemas de zumbido participaram do Programa de 8 semanas de Mindfulness (MBSR), com instruções semanais, um dia de retiro, leitura e muita prática de meditação. Os pacientes foram avaliados durante um ano após a conclusão do estudo. De acordo, com o artigo, Jennifer Gans e seus colegas descobriram que os escores de auto relato do Tinnitus Handicap Inventory, que incluiu funcionamento social e ocupacional, hábitos de sono, depressão e ansiedade, diminuiu imediatamente após o estudo e continuou a diminuir nos doze meses seguintes.


Os pacientes tinham em média uma pontuação Handcap do zumbido de 50,6 (considerada moderada) antes do programa, e caiu para 41,7 após a conclusão e em seguida, para 22,8 após um ano, e passou a indicar um leve grau de Handcap. Seis dos sete pacientes relataram que tinham continuado a praticar a técnica de Mindfulness depois do fim do Programa. A idade média dos participantes era de 58 anos.

Segundo Gans – “Descobrimos que a percepção do zumbido crônico mudou, com os participantes observando que eles sentiam um aumento da tolerância, aceitação e coragem para conviver com ela, mesmo após um ano de completado o programa”. “As pessoas comentaram que o zumbido não parecia mais como uma maldição terrível, que era apenas uma outra sensação que poderia ser chato, mas não era intransponível”.

De acordo com os autores do estudo, o zumbido pode também ser administrado por mascarar os sons não desejados com um dispositivo eletrônico que é usado na orelha e emite um ruído de baixo nível que visa dessensibilizar o paciente do som. Outra abordagem de gestão é a Terapia Cognitiva Comportamental, que visa reduzir ou corrigir a resposta negativa aos sons, possibilitando que o paciente para funcionar bem, apesar do zumbido.

Os co-autores do estudo foram Michael Cole, PhD da Universidade de Berkeley e Benjamin Greenberg da Escola Americana de Psicologia Profissional da Universidade de Argosy.


Fonte: University of California, San Francisco (UCSF), Mindfulness




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