segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Programa de Treinamento de MINDFULNESS

Conheça onde os  novos e os antigos caminhos se encontram para lidar com o sofrimento
Misérias de toda a humanidade derivam de não sermos  capazes de sentar calmamente em uma sala sozinho”.
Blaise Pascal, filósofo francês do século XVII

Ao longo das últimas duas décadas, tem havido um interesse crescente na possível eficácia da psicologia oriental em um ambiente clínico e, em particular, as técnicas baseadas em práticas de origem budista. Numerosos estudos têm tentado investigar as possíveis implicações clínicas dessas abordagens e sua aplicação no tratamento de distúrbios psicológicos. De uma maneira espontânea e através do trabalho independente e estudos de muitos pesquisadores e terapeutas, isso deu origem a uma abordagem trans-epistemológica, levando à experimentação e à aplicação na prática clínica de princípios e métodos profundamente enraizados na psicologia Oriental.

O interesse em tais abordagens brota da consciência de que, apesar da importância da metodologia cientifica que visa garantir procedimento rigoroso e visa aprofundar o conhecimento baseado em evidências, parece haver uma grande necessidade de combinar essas práticas com os componentes inatos da natureza e do ser humano, que são decisivos para influenciar a interpretação de um indivíduo de eventos; atitudes emocionais e de seu comportamento. Esses componentes podem ser encontrados na aceitação de experiência (Hahn, 1998; Hayes, Strosahl, & Wilson, 1999), uma atitude compassiva para com a própria pessoa e o sofrimento de outra (Gilbert, 2005), a capacidade de observar a si mesmo (Kabat-Zinn, 1990), e a ideia de que a mente pode observar-se e compreender sua própria natureza (Dalai Lama, Benson, Thurman, Goleman, & Gard- ner, 1991).Eles também são encontrados na capacidade para dirigir a atenção em direção à esfera emocional e a relação de interdependência e recíproca influência existente entre a mente e o corpo e, em termos mais gerais em uma harmonização e atitude normalizando direção intrapessonal e as variáveis ​​interpessoais. Todos estes componentes podem ser resumidos no conceito de plena consciência.
Mindfulness é o "coração", ou o ensino core, da psicologia budista, e é inerentemente um estado de consciência que envolve conscientemente a própria experiência momento a momento (Brown & Ryan, 2003). Este estado é cultivado e desenvolvido através da prática da meditação, que oferece um método pelo qual podemos nos tornar menos reativo ao que está acontecendo para conosco no momento presente. É uma maneira de se relacionar com toda a nossa experiência (seja ela positiva, negativa ou neutra), que nos fornece um meio pelo qual podemos reduzir o nosso nível geral de sofrimento e aumentar o nosso nível de bem-estar.
Um aspecto crucial da maioria das práticas de Mindfulness é uma sensação de maior consciência, independente da experiência sensorial e do pensamento e, como Wolinsky (1991) argumenta, Mindfulness é realmente o caminho para fora dos transes do cotidiano em que vivemos à mercê do meio inconsciente, habitual, dos padrões automáticos de condicionamento. Compreender o valor terapêutico destes processos pode representar uma integração particularmente importante nas escolas Ocidentais e orientais (Walsh, 1996).
A crescente integração entre Mindfulness e a psicoterapia é justificada pelo fato de que a atenção plena pode ser considerada uma construção transteórica que tem sido utilizada e integrada em diferentes abordagens teóricas - terapêuticas ocidentais que até a apenas duas décadas tiveram poucos pontos de contato e diálogo. Hoje, diferentes modelos terapêuticos (Terapia Cognitivo-Comportamental, o Construtivismo, Psicologia Evolutiva, Psicologia Humanista, Psicanálise, Neurociência, Traumatologia, Psicologia Positivista) agora parecem ter encontrado um fator unificador e um significativo elemento compartilhado que tornará possível, no futuro, uma melhor compreensão e desenvolvimento dos fatores terapêuticos comuns a todos os tratamentos psicológicos eficazes.
Na verdade, pode-se argumentar que os mecanismos de mudança que formam a base da meditação Mindfulness podem ser encontrados na maioria das perspectivas terapêuticas ocidentais. Abordagens baseadas em Mindfulness também prestam especial atenção para a importância dos recursos pessoais e potenciais e da capacidade do "sistema" de um indivíduo para curar a si mesmo (ou a possibilidade de obter uma cura a partir de seu interior). Ao fazer isso, os indivíduos atingem espontaneamente um ponto (especialmente quando devidamente orientado) na qual eles podem passar de um estado de desequilíbrio e angústia a um estado de maior harmonia e serenidade em relação a si mesmos, com o consequente reforço da percepção subjetiva de bem-estar.
A Prática da Atenção Plena (e todas as possibilidades terapêuticas que possam decorrer da sua utilização e aplicação) é uma disciplina que une todos os componentes acima de "cura" e fornece um ponto de convergência no diálogo fértil que tem surgido nas últimas duas décadas entre o Oriente e o Ocidente na esfera da ciência psicológica.

Saiba mais sobre o nosso Programa de Treinamento em Mindfulness (MBSR) no Blog: http://seratentomindfulnessterapias.blogspot.com.br/ ou escreve para:  saleela.devi@gmail.com







sábado, 21 de fevereiro de 2015

NEWSLETTER – MARÇO/2015


Conheça nossa programação!

  TRANSFORMAÇÃO LIDERANÇA  CONSCIENTE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL  BEM-ESTAR  EQUILÍBRIO EMOCIONAL  AUTOCONHECIMENTO





RETIRO NO TEMPLO TAIKANJI – Um Retiro de Meditação e Silêncio com foco no tema “Consciência Emocional” e Meditação Zen, será um treinamento para aprender a importância do equilíbrio emocional neste mundo frenético, aprender a meditar ou aperfeiçoar a prática em um ambiente adequado ao recolhimento, reflexão, estudo, bem-estar e paz mental. Vagas Limitadas. Inscrições Abertas. O Retiro acontecerá no feriado de 1º de Maio. Pode ser pago com cartão de credito!



Programa de 8 semanas para Treinamento em Mindfulness Based Stress Reduction (MBSR) – Início 18 de Março das 19h às 20.30h. Serão 8 encontros semanais para treinamento desta técnica meditativa que tem surpreendido pelos amplos benefícios tanto físico, como mental e emocional e que está sendo aplicada em corporações, escolas, Saúde Mental e outras áreas da Medicina com excelentes resultados. O Treinamento é baseado em pesquisas e protocolos científicos. É apostilado e acompanhado de CD’s. Em grupo ou individual, presencial ou ON LINE. Inscrições Abertas. Pode ser pago com cartão de crédito!



 
Oficina de Meditação Saúde e Bem Estar – Inicio 5 de Março – Encontros Semanais toda quinta feira das 18h às 19.15h. A Oficina oferece a oportunidade para aqueles que desejam aprender a meditar ou aprender diferentes técnicas de meditação para uso pessoal ou para aplicar em grupos ou tratamentos terapêuticos. Técnicas Passivas e Dinâmicas. Curso apostilado. Uma forma diferente de conhecer diferentes técnicas ocidentais e orientais e poder escolher aquela que mais tem a ver com a sua personalidade. Poucas Vagas. Inscrições Abertas.



Grupo de Estudos de Filosofia Oriental – Inicio dia 5 de Março – Encontros semanais todas as quintas feiras das 19.20h às 21.20h – Estudar e discutir diversos textos canônicos e mestres do Oriente, leva ao autoconhecimento, expande e desenvolve a consciência, amplia o campo de visão sobre diversos temas da vida porque a Filosofia Oriental está no centro de muitas das grandes religiões e filosofias do mundo. Encontramos diversos conceitos do Advaita Vedanta nas obras de Shakespeare, na Bíblia, nas obras de Platão. A amplidão de temas profundos e de extraordinária beleza aprofunda a compreensão de sua própria religião, além de poderem ser aplicados na vida cotidiana. Vagas limitadas. Inscrições Abertas. Curso Apostilado.


Grupo de Estudos – UM CURSO EM MILAGRES Início dia 10 de Março. Encontros semanais, toda terça feira das 20h às 21.30h. - A razão de formar grupos para os estudos é de que a cooperação é necessária para o melhor aprendizado, porque a Filiação é a soma de tudo o que Deus criou. O compartilhar da compreensão entre integrantes de um grupo, faz com que a mente individual se transforme, aceitando o coletivo. É a transformação do EU, em NÓS. A consciência NÓS, fortalecerá o grupo, possibilitando a seus integrantes, o desatar dos mesmos, transformando outra vez, agora, NÓS, em SÃOS. Seja: A união de dois ou mais, no mesmo objetivo, pode proporcionar a transformação, 'EU', NÓS', SÃOS'.  São, é o estado saudável, ou sano, ou santo, ou santificado da mente. A mente sã, pode santificar o corpo. Inscreva-se! Participe!

Aberta a agenda para consultas com Psicoterapia presencial ou ON LINE!

Local: Rua Dona Eponina Afonseca, 130 Chácara Santo Antônio SP/SP

Facilitadora: Sonia Ap. F. Santos (Saleela Devi)

Contato para maiores informações e  formas de pagamento:

E-mail:  saleela.devi@gmail.com

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Nossos cursos e workshops podem ser oferecidos em empresas, hospitais, escritórios, espaços e corporações! Informe-se!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Grupo de Meditação

Oficina de Meditação e Saúde

Vagas Limitadas
Esta Oficina é prática direta e intensa no qual o aluno aprenderá um leque de práticas contemplativas diversificadas de meditação passivas e dinâmicas capazes de atender aos seus variados objetivos e necessidades, além de colher os benefícios para sua saúde física, mental, emocional e espiritual.
As técnicas ensinadas não são criações modernas, mas práticas testadas ao longo de muitos séculos por meditadores de diversas culturas. O ensino será moldado em protocolos científicos já que muitas delas são amplamente estudadas pela ciência.
As aulas têm duração de uma hora e quinze  minutos, onde o aluno realizará diversas dinâmicas e terá toda a assessoria, orientação e supervisão necessária para uma prática efetiva.
A Oficina é um Treinamento em Meditação que tem objetivos bem precisos. Falando de modo amplo e geral, ele visa dar mais paz e serenidade, aumentar o autocontrole e eficiência, desenvolver a atenção plena e a concentração ao praticante ao conduzir-se em todos os aspectos de sua vida.
Na Oficina você vai aprender temas como: Fisiologia e neurociência da meditação, estados e estágios da consciência, várias técnicas maravilhosas de meditação: Hebraica, Cristã, Budistas (Shamata e Zazen), Shamânicas, Sons Overtônicos, Vibracional, Música Clássica, Mantra, Transcendental, Cakras, e muito mais. Curso Apostilado.
 Publico Alvo: Buscadores espirituais ou de autoconhecimento, Psicólogos, Psicoterapeutas, e outros profissionais da Saúde Mental, Médicos e Enfermeiros, Cuidadores e outros profissionais da Área da Saúde, Profissionais da Área da Educação, pessoas que buscam a liderança Consciente e auto desenvolvimento.
 Data de Inicio da Oficina: 5  de Março das 18h às 19.15h
Valor do Investimento mensal: R$200,00

Endereço: Rua Dona Eponina Afonseca, 130 Chácara Santo Antonio  SP/SP

Contato: saleela.devi@gmail.com

Programa de Treinamento de Oito Semanas em MINDULFNESS BASED STRESS REDUCTION


Participe da Turma de Março

(MBSR) Mindfulness Based Stress Reduction (MBSR)

Programa de Redução de Stress através da Meditação Mindfulness para encontrar a paz em um mundo frenético

Qualquer um pode aprender a ter atenção. É simples, mas desafiador. Você pode praticar em qualquer lugar, a qualquer hora... E os resultados podem ser de mudança de vida.

Um convite à prática de Mindfulness – Passamos a vida buscando a plenitude, mas a verdade ela já está aqui e já é nossa. Com o Programa da MBSR (Mindfulness Based Stress Reduction) você está convidado a aprender a transformar a sua relação com a maneira de pensar, sentir, amar, trabalhar e ter prazer na vida. Mindfulness é uma abordagem de não julgamento que vida prestar atenção ao momento presente. Ao praticar a atenção plena você pode mudar a maneira que você pensa sobre as suas experiências e, portanto, lidar mais eficazmente com o stress diário, incluindo ansiedade, dores crônicas ou depressão. A MBSR nos ensina como trazer a consciência a cada dia, a fim de melhor lidar com os inevitáveis altos e baixos da vida. Este Programa de 8 semanas oferece um conjunto de práticas simples, porém poderosas, que podem ser incorporadas ao cotidiano para ajudar a quebrar o ciclo de ansiedade, stress, infelicidade, insônia e exaustão. Promove o tipo de felicidade e paz que se infiltra em tudo o que fazemos e ajuda a enfrentar as difíceis situações da vida com uma nova coragem.

MBSR incorpora técnicas de meditação, Yoga suave e,  exercícios mente/corpo para ajudar as pessoas a lidarem com o stress e seus sintomas, além de problemas psicológicos como angustias, tristezas, depressão, falta de concentração, insônia etc.

Aqueles que fizeram um curso de MBSR relatam que passaram a se sentir mais engajados no trabalho ou nos estudados, melhoram a qualidade de seus relacionamentos, tornaram-se mais energizados e menos ansiosos. Dormem melhor. E sentem diferenças nos sintomas físicos causados pelo stress. Em poucas semanas você pode aprender a MBSR, organizado de acordo com protocolos de pesquisas cientificas.

Evidencia:

A eficácia do trabalho com a atenção plena em Medicina, Saúde e nas atividades sociais é agora apoiada por mais de duas décadas de pesquisas publicadas e trazidas para a principal corrente da Medicina Integrativa. O Centro da Atenção Plena, a casa da MBSR, está agora firmemente estabelecida como parte da Universidade de Massachusetts Medical School. Os resultados dos estudos clínicos e pesquisas sobre MBSR destacam benefícios como:

1.      Uma redução de 70% na ansiedade;
2.      Redução contínua na ansiedade com a prática disciplinada da MBSR;
3.      Aumento no nível de anticorpos que combatem doenças sugerindo a melhora no sistema imunológico;
4.      Melhora na qualidade do sono;
5.      Redução dos sentimentos ou emoções negativas como raiva, tensão e depressão;
6.      Melhora das condições físicas tão variadas como Psoríase, Fibromialgia e Síndrome da Fadiga Crônica;
7.      Mudança de disposição para o córtex pré-frontal direito (associado com ansiedade, depressão e aversão) para o córtex pré-frontal esquerdo (associado à felicidade, fluxo e diversão);
8.      Forma menos invasiva de tratamento de pacientes com doenças relacionadas com dor crônica;
9.      Redução no stress debilitante e hormônios associados com o cortisol;

O que está incluído – O Programa envolve 8 encontros de duas horas (todas as quartas feiras das 19h às 20.30h) onde serão abordados:

·         Mindfulness: O que é? E de onde vem? Principais Fundamentos e Body Scan;
·         Mindfulness e Meditação, Respiração Consciente, relação corpo/mente;
·         Neurobiologia de Mindfulness;
·         Atitudes fundamentais; Pensamentos, Sentimentos e Respiração;
·         Memorias Emocionais, Mindfulness e Compaixão;
·         Yoga Suave, Relaxamento, estabelecendo a aceitação e Mindfulness;
·         Espaço, Observar sem Julgar; Estados de Consciência;
·         Mindfulness e o Sentimento de Vazio;
·         Os Cinco Obstáculos; Mindfulness e as diferentes desordens psicológicas;
·         Mindfulness para Emoções, Compaixão e Altruísmo, Loving kindness;
·         Revisão, Kinhin (Pratica caminhando) e Prática diária, Treinando Professores.

Atualmente estão sendo efetuadas pesquisas sobre a aplicação da MBSR, entre elas:

·      Transtornos Alimentares;
·      Transtornos Compulsivos Impulsivos;
·      Redução das dores causadas pelo Câncer;
·      Transtornos da Depressão e tendências ao Suicídio;
·      Crianças com dificuldade de aprendizado;
·      Problemas Psicológicos por Doenças Graves;
·      Dificuldades de Liderança Consciente;
·      Problemas Cardio-respiratórios por stress e ansiedade
·      Angústias e depressão por dificuldades de relacionamentos;

Publico Alvo: Profissionais e Estudantes da Área da Saúde, Cuidadores, Buscadores Espirituais e Praticantes de Meditação, área Jurídica e da Educação

Local: Rua Dona Eponina Afonseca, 130 Chácara Santo Antônio SP/SP

Data Início: 18 de Março das 19.00 às 20.30h

Valor do Investimento: R$ 850,00

Formas de Pagamento:

1)    À vista desconto de 10%;

2)    Parcelado em até duas vezes:

             - Taxa de Inscrição de R$ 50,00 e duas parcelas de R$400,00 (sendo a 1ª na primeira aula e a segunda na 5ª aula);

3) Cartão de Crédito – Pelo BCASH (comprar pelo carrinho ao lado)

Descontos Especiais para pessoas acima dos 60 anos, aposentados e Professores de Educação em Escola Pública, Estudantes de Psicologia e Medicina.

Certificado de Participação no Curso Livre, Apostilas e Cd’s

Cursos Individuais: Existe a possibilidade de treinamento individual no Programa de 8 semanas em Mindfulness, aulas com 1.15h de duração, encontros semanais (ON LINE via SKYPE). Pode-se iniciar em qualquer momento, desde que aja disponibilidade de horário. Será fornecido o mesmo material didático e o valor do investimento também é o mesmo.

Contato:

E-mail: saleela.devi@gmail.com ou saliladeva@yahoo.com.br

Tel. (11) 9 9463 5825 (Claro)


Facilitadora – Sonia Ap F Santos (Saleela Devi) – Psicoterapeuta, Analista Junguiana, Integral Therapist, Mindfulness Therapist, Trance Therapist.  Com mais de 15 anos de experiência usando diversas abordagens ocidentais e orientais tenho, no entanto, preferência pela utilização da abordagem baseada em Mindfulness devido ao acesso de crenças fundamentais que são muitas vezes desconhecidas sem exames e sem solução, mas que, no entanto, governam o comportamento, as emoções e as dificuldades nos relacionamentos profissionais, sociais e pessoais. Para saber mais ou marcar um atendimento presencial ou ON LINE entre em contato por e-mail – saleela.devi@gmail.com, ou pelo telefone (11) 99463 5825. Atende na Ch. Santo Antonio ou na Av. Paulista.

 








segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O Quanto você é Autocompassivo?




Autocompaixão
 O segredo para a ação com poderes é aprender a não debater-se.


Por Emma Seppala

Esforce-se para trabalhar ainda mais, tenha como objetivo de ser ainda melhor! Vivemos em uma sociedade que nos envia regularmente tais mensagens. Ao mesmo tempo, muitos de nós não paramos para refletir se os nossos objetivos são realmente possíveis, ou se aquilo que mais desejamos vai nos trazer uma felicidade duradoura. Mesmo que fosse ganhar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, o nosso status de campeão só duraria alguns anos e provavelmente seria acompanhada da ansiedade sobre perdermos o status num futuro próximo. Afinal o sucesso é uma posição precária. Enquanto nós nos esforçamos para nos tornamos infalíveis  e mantermos a nossa posição no topo, não podemos escapar do sofrimento.

Aprendemos desde muito cedo nos tempos de escola, a suar a camisa, lutar e nos esforçarmos para nos destacarmos nos estudos, a estarmos entre os melhores. Para a maioria de nós esta experiência é difícil de suportar, e nos deixa imaginando se essa competitividade enlouquecedora pode ser a razão pelo qual a ansiedade e depressão são excepcionalmente galopantes nos campos estudantis.

Kristin Neff, Professora de Desenvolvimento Humano na Universidade do Texas e pioneira na pesquisa sobrea a auto compaixão, acredita que a ênfase da nossa sociedade na realização e na autoestima, está no coração de muito sofrimento desnecessário e é até contraproducente. Desde a tenra idade, somos ensinados a construir a nossa autoestima na competição pelo sucesso, mas a competição é uma batalha perdida. Psicólogos descobriram que a maioria das  pessoas acreditam que estão acima da média, e que são melhores do que os outros em quase todas as características (melhor do que o efeito médio). Essa crença nos ajuda a afastar os sentimentos dolorosos de inadequação, mas ele vem junto com um preço.


Quando a nossa autoestima se baseia na premissa de competir para ter sucesso contra os outros, estamos sempre precariamente oscilando à beira da derrota.  A comparação social e a concorrência também promovem o desligamento por nos fazer enxergar os outros como obstáculos a serem superados, a fim de mantermos a nossa posição, demarcar o nosso território e vencermos nossos potenciais rivais. Em ultima análise, nos sentimos mais separados os demais quando na verdade o objetivo principal de atender o desejo do sucesso é termos o sentimento de pertencimento e de sermos amados.

É simplesmente impossível sermos melhores do que todo mundo em todos os aspectos todo o tempo. No entanto, a pesquisa mostra que quando perdemos, temos a tendência a nos sentirmos muito autocríticos, aumentando assim a nossa própria miséria interior. Confrontado com as críticas, tornamo-nos defensivos e podemos deste modo nos sentir esmagados. Erros e falhas nos tornam inseguros e ansiosos muito cedo quando somos confrontados com os desafios futuros.  A concorrência pela autoestima tem sido vinculada a grandes problemas sociais, como a solidão, isolamentos e até mesmo o preconceito.

Depois de observar as armadilhas da autoestima, Neff foi à procura de uma alternativa, uma maneira de definir e alcançar os nossos objetivos sem nos debatermos ou atingirmos qualquer outra pessoa no processo.  Através da prática do Budismo, ela encontrou a Autocompaixão.  E com a Autocompaixão, ela compreendeu como o indivíduo pode valorizar a si – mesmo, não porque julgou a si – mesmo de forma positiva e, negativamente os outros, mas porque o indivíduo está intrinsicamente merecedor de cuidado e preocupação, assim como todo mundo. Quando a autoestima nos deixa impotente e perturbado, a autocompaixão está no centro de capacitação, aprendizagem e força interior.

Trate-se como o seu melhor amigo

Trabalhar duro, esforçar-se para atender seus objetivos e, realizar da melhor maneira o seu potencial são, obviamente habilidades tremendamente uteis nas áreas do crescimento profissional tanto como na pessoal. No entanto, a pesquisa de Neff sugere que a substituição da autoestima pela autocompaixão pode ter implicações excelentes para a nossa saúde mental e bem-estar. Em um estudo, por exemplo, Neff descobriu que quando confrontados com uma situação de risco (por exemplo, ter que descrever as suas fraquezas durante uma entrevista de emprego), a autocompaixão foi associada com aquela que produz uma menor ansiedade, enquanto a autoestima não causou impacto aos altos níveis de ansiedade.


Neff define Autocompaixão como “ser gentil e compreensivo em relação a si – mesmo em casos de dor ou fracasso, ao invés de ser duramente autocrítico; percebendo suas próprias experiências como parte da experiência humana mais ampla, ao invés de vê-las como um caso isolado; e mantendo pensamentos e sentimentos dolorosos com consciência atenta, ao invés de sobre identificar-se com eles”.

É de certa forma, assumir a atitude que se pode ter com um amigo que falhou em alguma coisa. Ao invés de repreendê-lo, julgando e acrescentando críticas ao seu desespero, ouvimos com empatia e compreensão, incentivando – o a lembrar-se que os erros e as falhas humanas são normais é, validar as suas emoções sem adicionar combustível ao fogo que já arde em seu interior.

Neff explica que a autocompaixão não é uma forma de evitar a realização dos desejos ou tornar-se autoindulgente. Em vez disso, a autocompaixão é um grande motivador porque envolve o desejo de aliviar o sofrimento, curar, prosperar e para ser feliz. Um pai que se preocupa com o filho, vai insistir para que ele coma mais legumes não importa o quanto a experiência possa ser desagradável para ela. Da mesma forma, a autocompaixão pode ser fácil e apropriada em algumas situações, mas em tempos de excesso de indulgência e preguiça, ela também envolve endurecimento e impõe a importância de se assumir responsabilidades.

Uma melhor maneira de lidar

Quando você está motivado pela autocompaixão, enxerga contratempos como a melhor oportunidade de aprendizagem.  A crítica, por exemplo, geralmente consiste em um grão de verdade no que diz respeito a nós, e um grão de ressentimento ou inverdade no que se refere à percepção do crítico. Devido à picada que acompanha as críticas, quer fique na defensiva ou no ato de debater-se, perdemos a lição útil. Com a autocompaixão, no entanto, ver o fracasso com calma e procurar entende-lo como uma oportunidade de crescimento que ele pode proporcionar.

Além disso, ao impedir os efeitos derrotando a autocritica, a autocompaixão nos permite a manutenção da paz de espirito e, assim manter a nossa energia. Colocar a cabeça no lugar e compreender a face da rejeição, do fracasso ou crítica restante, permite que desenvolvamos uma força inabalável e desta forma garantimos a estabilidade emocional independente das circunstancias externas. Neff explica que a autocompaixão proporciona uma sensação estável de autoestima que oscila muito menos ao longo do tempo, porque não depende de olharmos de determinada maneira ou tenhamos que competir com o sucesso. Desta forma, permite-nos tanto a experiência de bem-estar como que possamos contribuir de maneira significativa com a sociedade.

Embora a investigação sobre a fisiologia da autocompaixão contra a autocrítica ainda esteja pendente, Neff determinou uma hipótese a partir de um modelo simples. Sabemos que a autocrítica ativa o sistema nervoso simpático (luta ou fuga) e eleva os hormônios do stress, como o cortisol em nossa corrente sanguínea. Quando isto acontece, algo toma conta de nós e não aprendemos a nos envolver com o núcleo da verdade que pode estar lá só para nos servir. A autocompaixão, por outro lado, pode acionar o sistema de prestação de cuidados dos mamíferos, os hormônios de filiação e amor, como a Oxitocina. Também conhecido como o “hormônio do aconchego”, a Oxitocina é liberada em mães lactantes, durante um abraço ou ao fazer sexo, e está associada aos sentimentos de bem-estar, que nos permite manter a verdade, sem atacar a nós mesmos.

Desenvolvendo a Autocompaixão

Nós todos conhecemos pessoas que parecem cuidar de todo mundo, mas não cuidam de si – mesmas e ainda se repreendem por não fazerem ainda mais. O trabalho de Neff confirma esta observação: não há correlação entre o traço de autocompaixão e sentimentos de compaixão para com os outros. Ela notou que muitas pessoas, mulheres em particular, são mais compassivas e gentis com os outros  do que com si – mesmas. Ela dá o exemplo de uma enfermeira de oncologia pediátrica, que passou a vida entregando-se ao cuidado dos pacientes, mas sempre alegava não estar fazendo o suficiente.

No entanto, a autocompaixão pode ser aprendida. É uma prática que pode ajudar todos nos a nos tornamos menos autocríticos, e talvez até a conseguir mais para dar mais. Um grande exemplo de autocompaixão é o de Bonnie Thome que se dedicou ao trabalho humanitário ao longo de sua vida, começando com o cuidado às crianças de rua, jovens carentes e prostitutas, elevando com sucesso os fundos para organizações sociais. Mais recentemente, ela está liderando a agenda de financiamento para o centro da Universidade de Wisconsin – Madison que prepara uma rigorosa pesquisa científica para melhorar o bem – estar da comunidade. Bonnie explica: “A autocompaixão me dá permissão para respirar a minha própria humanidade em cada situação que surge e me cumprimenta e transmite essa energia em bondade para com os outros”. Para conhecer Bonnie é necessário vê-la tirar proveito de todas as oportunidades enquanto interage para conectar-se com os outros na amizade, com calor humano e na intenção de servir aos outros onde ela puder.

Bonnie explica que, quando era criança, ela recebeu uma enorme pressão para ser uma realizadora e ter sucesso. Tinha poucos modelos de compaixão e era muito autocrítica. No entanto, quando foi colocada em um orfanato, testemunhou a compaixão incondicional dos pais adotivos, bem como o amor que dedicavam aos outros filhos adotivos de diversas raças e origens. Bonnie atribui seu amor e respeito ao ambiente seguro que eles proporcionaram para o seu desenvolvimento como uma pessoa mais integrada, criativa e compassiva. Através da aceitação e carinho de seus pais adotivos, a voz da autocrítica que havia dentro dela começou a se acalmar. Bonnie ainda mantém aquela voz crítica de forma calma e tranquila através da prática meditativa regular.

Os Três Elementos da Autocompaixão

1.         Auto Bondade – Autocompaixão implica em ser caloroso e compreender a nós mesmos quando sofremos, falhamos ou nos sentimos inadequados, em vez de ignorar a nossa dor ou de nos flagelarmos com a autocrítica. As pessoas auto compassivas reconhecem a imperfeição do ser, suas faltas e fracassos e em como as dificuldades da vida são inevitáveis, por isso elas são gentis consigo mesmas quando confrontadas com experiências dolorosas;

2.         Humanidade Comum – A Autocompaixão envolve reconhecer o sofrimento  e que a inadequação pessoal é parte da experiência, algo compartilhado por todo ser humano, ao invés de ser algo que acontece somente a “mim”. Significa, também, reconhecer os pensamentos pessoais, sentimentos e ações que são impactados por fatores externos, como a historia da família, principalmente dos pais, a cultura e condições genéticas e ambientais, bem como, o comportamento e as expectativas dos outros. Thich Nhat Hahn (Monge Zen Budista) chama a intrincada teia de causa e efeito recíproco em que estamos todos encaixados de “interser”. Reconhecendo a nossa inter existência essencial nos permite ser menos críticos sobre nossas falhas pessoais. Afinal de contas, quantas pessoas iriam escolher conscientemente ter problemas de raiva, dependência, debilidade ou ansiedade social, transtornos alimentares e assim por diante?

3.         Mindfulness – A autocompaixão também exige uma abordagem equilibrada para as nossas emoções negativas, de modo que os sentimentos não são suprimidos nem exagerados. Essa postura equilibrada decorre do processo de relatar as experiências pessoais junto com de outras pessoas que também estão sofrendo, colocando a nossa própria situação em uma perspectiva mais ampla. Também decorre da vontade de observar nossos pensamentos e emoções negativas, com mais abertura e clareza, de modo que elas são mantidas em consciência atenta. Mindfulness é um estado mental receptivo, sem julgamento no qual observamos os pensamentos e sentimentos como eles realmente são, sem tentar suprimir ou negá-los. Não podemos ignorar a nossa dor e sentir compaixão por nós mesmos ao mesmo tempo. Ao mesmo tempo, a atenção plena requer que nós não nos sobre identifiquemos com pensamentos e sentimentos, de modo que sejamos presos e arrastados pela reação negativa. – Kristin Neff, Ph.D.

Existem diversas formas de aplicar a autocompaixão. Se desejar aprender mais participe do Curso de Terapia Focada na Autocompaixão ou escreva para Saleela Devi.

Este artigo foi publicado originalmente na Spirituality and Healh, uma revista que abrange uma ampla gama de tópicos sobre saúde e espiritualidade, que podem incluir fé, filosofia oriental, meditação e religião em geral; nutrição, bem-estar, Yoga e medicina.


Texto adaptado por Sonia Ap F Santos (Saleela Devi)