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Equanimidade – Upekkha
Uma das emoções positivas mais importantes dentro da
Psicologia Budista. Base da sabedoria e da liberdade, e a emoção protetora da
compaixão e do amor.
Ser equânime não é ser neutro ou indiferente! É a através da
equanimidade que amadurecemos nossa consciência de Ser; Budha descreveu uma
mente cheia de equanimidade como aquela é abundante, exaltada, imensurável, sem
hostilidade e sem má vontade!
Em Pali equanimidade é Upekkha, que tem o significado de –
observar. O poder da observação,
nossa capacidade de ver sem captado pelo que vemos, quando bem desenvolvido,
esse poder nos oferece uma grande sensação de paz.
Na linguagem coloquial da Índia, Upekkha muitas vezes usada
como “ver com paciência” ou “ver com compreensão”, assim aprendemos a
reagir a determinadas situações com um estado diferenciado de paciência e
compreensão, permanecemos à vontade ou equânime. Não nos envolvemos nos dramas
da vida, porque sabemos que tudo passa, e que não temos uma visão total da
situação.
Outra forma de compreender equanimidade vem da palavra Tatranajihtta em Pali, onde Tatra significa “lá”, se referindo a “todas
essas coisas”; e, “Majiha
significa “meio” e “tata” significa “ficar
de pé ou posar”. Tudo junto podemos entender como – ficar no meio de tudo
isso!; podemos entender como estar em equilíbrio, centrado no meio do que está
ocorrendo. Para termos este equilíbrio precisamos desenvolver a equanimidade,
ou seja, a calma interior, a clareza mental, bem-estar, confiança, vitalidade e
integridade a fim de que estejamos em pé, envergando como os bambus em meio a
tempestade, mas não quebrando, quanto mais nos conhecemos e buscamos nosso desenvolvimento
mais a equanimidade se torna forte e presente em nossos pensamentos e ações.
E quanto mais desenvolvemos a equanimidade mais estamos
protegidos contra os oito ventos mundanos: louvor e culpa, sucesso e fracasso,
prazer e dor, fama e descrença. Para desenvolver a equanimidade é necessário um
intenso trabalho interior com as sete qualidades da mente:
1 – Virtude ou integridade que
produzem a equanimidade da inocência;
2 – Senso de segurança que vem da fé
embasada – é a fé baseada na sabedoria, convicção e confiança; desta forma nos
tornamos menos propensos a sermos tomados pelas ações impulsivas e pensamentos
ruminantes;
3 – Mente bem desenvolvida – A mente
pode e deve ser desenvolvida através de treinamentos e exercícios realizados de
forma perseverante e disciplinada, assim ela irá ter mais força, emoções
equilibradas e estabilidade, que por sua vez cultivam clareza mental, calma,
concentração e atenção plena, como resultado somos mais tomados velos ventos
mundanos, pensamentos ruminantes e desequilíbrios emocionais;
4 – Sensação de bem-estar e alegria –
A filosofia budista nos ensina a cultivar e buscar ativamente o estado de
bem-estar independente das circunstancias. O que mais se observa é que as
cobranças da vida diária fazem com que negligenciemos o nosso bem-estar em
todos os âmbitos;
5 – Compreensão e sabedoria - desenvolvemos nossa sabedoria interior com
uma consciência de aceitação, de qualidade de presença sem resistência. Através
da sabedoria aprendemos a separar as ações das pessoas; podemos concordar ou
não com suas atitudes e pensamentos, mas permanecemos equilibrados em nossos
relacionamentos com elas. Entendemos que nossos próprios pensamentos e impulsos
são o resultado de condições impessoais. Aprendemos a não levar tudo para o
lado pessoal e ficamos à vontade dentro de cada situação.
Entendemos que somos responsáveis por
nossas próprias decisões, e este entendimento contribui para que encontremos a
equanimidade diante do sofrimento do outro ser, mas aprendemos a não sermos
atingidos por um falso senso de responsabilidade de bem-estar do outro.
6 – Insight – uma visão profunda e
realista da natureza das coisas como elas são. Entendemos o conceito de impermanência
que é tão importante na Psicologia Budista. Afinal tudo muda tão rapidamente,
que não devemos nos apegar a nada;
7- Liberdade – que é a sensação que
vem quando deixamos de agir de acordo com nossa tendência reativas, novamente a
importância do autoconhecimento e constante observação de si – mesmo a fim de
que saibamos como reagimos automaticamente e, como reagimos quando expandimos
nosso campo de infinitas possibilidades dentro de cada experiência
Estudando estes conceitos, percebemos a importância de
práticas que desenvolvem a atenção plena e a compaixão – Mindfulness e Loving
Kindness; sem elas dificilmente desenvolveremos uma mente equilibrada, sábia e
equânime.
Gostou? Venha participar de nossos encontros de Meditação
Mindfulness e Loving Kindness e/ou do nosso Grupo de estudos de Sabedoria e
Compaixão no Instituto Casa do Encontro. Vejo vocês lá!
Sonia Santos – Psicoterapeuta Integral e Professora e
Terapeuta MIndfulness e Compaixão, aluna de Gueshe Nawang Phende.
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