domingo, 20 de janeiro de 2019

Equanimidade – Upekkha



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Equanimidade – Upekkha

Uma das emoções positivas mais importantes dentro da Psicologia Budista. Base da sabedoria e da liberdade, e a emoção protetora da compaixão e do amor.

Ser equânime não é ser neutro ou indiferente! É a através da equanimidade que amadurecemos nossa consciência de Ser; Budha descreveu uma mente cheia de equanimidade como aquela é abundante, exaltada, imensurável, sem hostilidade e sem má vontade!

Em Pali equanimidade é Upekkha, que tem o significado de – observar. O poder da observação, nossa capacidade de ver sem captado pelo que vemos, quando bem desenvolvido, esse poder nos oferece uma grande sensação de paz.

Na linguagem coloquial da Índia, Upekkha muitas vezes usada como “ver com paciência” ou “ver com compreensão”, assim aprendemos a reagir a determinadas situações com um estado diferenciado de paciência e compreensão, permanecemos à vontade ou equânime. Não nos envolvemos nos dramas da vida, porque sabemos que tudo passa, e que não temos uma visão total da situação.

Outra forma de compreender equanimidade vem da palavra Tatranajihtta em Pali, onde Tatra significa “”, se referindo a “todas essas coisas”; e, “Majiha significa “meio” e “tata” significa “ficar de pé ou posar”. Tudo junto podemos entender como – ficar no meio de tudo isso!; podemos entender como estar em equilíbrio, centrado no meio do que está ocorrendo. Para termos este equilíbrio precisamos desenvolver a equanimidade, ou seja, a calma interior, a clareza mental, bem-estar, confiança, vitalidade e integridade a fim de que estejamos em pé, envergando como os bambus em meio a tempestade, mas não quebrando, quanto mais nos conhecemos e buscamos nosso desenvolvimento mais a equanimidade se torna forte e presente em nossos pensamentos e ações.

E quanto mais desenvolvemos a equanimidade mais estamos protegidos contra os oito ventos mundanos: louvor e culpa, sucesso e fracasso, prazer e dor, fama e descrença. Para desenvolver a equanimidade é necessário um intenso trabalho interior com as sete qualidades da mente:

1 – Virtude ou integridade que produzem a equanimidade da inocência;

2 – Senso de segurança que vem da fé embasada – é a fé baseada na sabedoria, convicção e confiança; desta forma nos tornamos menos propensos a sermos tomados pelas ações impulsivas e pensamentos ruminantes;

3 – Mente bem desenvolvida – A mente pode e deve ser desenvolvida através de treinamentos e exercícios realizados de forma perseverante e disciplinada, assim ela irá ter mais força, emoções equilibradas e estabilidade, que por sua vez cultivam clareza mental, calma, concentração e atenção plena, como resultado somos mais tomados velos ventos mundanos, pensamentos ruminantes e desequilíbrios emocionais;

4 – Sensação de bem-estar e alegria – A filosofia budista nos ensina a cultivar e buscar ativamente o estado de bem-estar independente das circunstancias. O que mais se observa é que as cobranças da vida diária fazem com que negligenciemos o nosso bem-estar em todos os âmbitos;

5 – Compreensão e sabedoria -  desenvolvemos nossa sabedoria interior com uma consciência de aceitação, de qualidade de presença sem resistência. Através da sabedoria aprendemos a separar as ações das pessoas; podemos concordar ou não com suas atitudes e pensamentos, mas permanecemos equilibrados em nossos relacionamentos com elas. Entendemos que nossos próprios pensamentos e impulsos são o resultado de condições impessoais. Aprendemos a não levar tudo para o lado pessoal e ficamos à vontade dentro de cada situação.

Entendemos que somos responsáveis por nossas próprias decisões, e este entendimento contribui para que encontremos a equanimidade diante do sofrimento do outro ser, mas aprendemos a não sermos atingidos por um falso senso de responsabilidade de bem-estar do outro.

6 – Insight – uma visão profunda e realista da natureza das coisas como elas são. Entendemos o conceito de impermanência que é tão importante na Psicologia Budista. Afinal tudo muda tão rapidamente, que não devemos nos apegar a nada;

7- Liberdade – que é a sensação que vem quando deixamos de agir de acordo com nossa tendência reativas, novamente a importância do autoconhecimento e constante observação de si – mesmo a fim de que saibamos como reagimos automaticamente e, como reagimos quando expandimos nosso campo de infinitas possibilidades dentro de cada experiência

Estudando estes conceitos, percebemos a importância de práticas que desenvolvem a atenção plena e a compaixão – Mindfulness e Loving Kindness; sem elas dificilmente desenvolveremos uma mente equilibrada, sábia e equânime.

Gostou? Venha participar de nossos encontros de Meditação Mindfulness e Loving Kindness e/ou do nosso Grupo de estudos de Sabedoria e Compaixão no Instituto Casa do Encontro. Vejo vocês lá!
Sonia Santos – Psicoterapeuta Integral e Professora e Terapeuta MIndfulness e Compaixão, aluna de Gueshe Nawang Phende.

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