LORD
SHIVA
Adoração
ao Senhor Shiva
Está é a história do culto a ser realizado em dezesseis
segundas-feiras consecutivas.
Um dia Bhagavan Bhutanath – Senhor Shiva, como Senhor de todos os
seres, resolveu visitar o mundo do Samsara (o mundo da matéria e dos
relacionamentos), juntamente com sua bem-amada esposa Parvati.
Eles viajaram muito, visitando terras diferentes, até chegarem à
cidade de Amaravati. Era uma cidade maravilhosa e no seu centro existia um
templo dedicado ao Senhor Shiva, onde decidiram ser abrigar.
Certo dia, a Deusa Mãe quis jogar “Chalsar”, um jogo de dados
indiano, com seu marido. Enquanto o
casal divino se divertia com o jogo, entrou no templo um brâmane pujari.
Parvati parou e perguntou ao brâmane: Quem vai ganhar o jogo? Sem hesitar o
pujari prontamente respondeu – Shakariji Shiva vai ganhar!
Depois de certo tempo, Parvati perdeu o jogo de dados e ficou
muito irritada. Sem pensar Ela se lembrou da previsão do brâmane. Shiva lhe
pediu calma, que controlasse a raiva, afinal era só um passatempo, mas a Deusa
não cedeu; e em sua raiva amaldiçoou o brâmane a sofrer de lepra.
Imediatamente, o sacerdote foi atacado pela doença. Ele ficou
muito triste e sofrendo de muita dor. Muitos dias se passaram e o brâmane
sofria muito e pensava: Por que recebi tal maldição da Mãe Divina? O que foi
que fiz de errado, para sofrer tal castigo? O que eu deveria fazer para obter
sua graça? Sua mente ficava agitada e seu corpo doía.
Um dia, quando entrava no templo dedicado ao Senhor Shiva, o
brâmane viu a mais bela ninfa celeste. Seu rosto era jovial, belo e brilhante.
Era a beleza angelical de uma Apsara, uma donzela celestial que serve aos
Deuses. O brâmane angustiado caiu de joelhos aos seus pés, e ela amorosamente
deu-lhe as seguintes instruções: “Com toda a sua energia e devoção, no máximo
de sua capacidade, execute o culto ao Senhor Shiva em dezesseis segundas feiras
consecutivas. Toda a dor e sofrimento que vos aflige irão se dissolver
completamente, se você adorar ao Senhor Shiva com devoção pura e sincera!”.
A Apsara de radiante beleza ensinou exatamente ao brâmane como
realizar o Pooja de Shiva: “No inicio da manhã de cada segunda – feira você deve
tomar banho e usar uma roupa de tecido branco puro para cobrir o corpo. Depois
você deve pegar um quilo de farinha de trigo branca, uma mistura de “gur e de
Ghee” e fritar tudo, este prato se chama “Churma”. Pegue o prato, uma lamparina
de Ghee, bem como o Gur, um cordão sagrado (Japa) pasta de sândalo, grãos de
arroz e flores. De posse destes itens, você deve adorar ao Senhor Shiva;
fazendo em sua testa três linhas na horizontal e uma marca de sândalo no
centro. Ao terminar, você deve retirar o Prasad e fazer como de costume. Recite
os mantras do Senhor Shiva, cante suas músicas, faça o Homa (o fogo
sacrificial) e todas as outras formas de adoração ao Senhor Shiva. Concluindo o
seu culto ao Senhor Shiva desta forma, por dezesseis segundas – feiras, na décima
sétima você vai oferecer um Prasad ainda maior feito com total devoção e amor.
Você sentirá as bênçãos do Senhor cair sobre você, será libertado de toda dor e
sofrimento e atingirá as maiores graças e boa sorte”
Finalizando seu ensinamento, a Apsara desapareceu. O brâmane ficou
espantado com essa visão e com plena fé, observou o Sankalpa por dezesseis
segundas-feiras em cada detalhe. Toda segunda-feira ele usava uma roupa branca,
entoava os mantras de Shiva e oferecia as ofertas apropriadas. Ao final, viu-se
curado da doença e libertado de todo sofrimento. Assim tornou-se muito
conhecido, pela sua riqueza e bondade era respeitado em todo reino.
Ele passou a ensinar a adoração ao Senhor Shiva para muitas
pessoas necessitadas das graças do Senhor e continuou a inspirar as pessoas de
sua comunidade para que sempre se inspirassem em sua história com verdade e
alegria.
Certa vez, quando viajava pelo reino, foi passar uns dias no
templo onde Parvati o havia amaldiçoado. E lá estava também a Mãe Cósmica em
visita. Ao vê-lo, a Grande Mãe ficou muito surpresa ao perceber que ele não
estava mais doente. O brâmane contou a Deusa como obteve a sua cura. Parvati
encantada, também agraciou o brâmane reforçando sua alegria.
Parvati contou então ao filho Kartikeya o segredo maravilhoso da
cura do puraji e como era o culto ao seu amado marido. Kartikeya tinha um amigo
que não conseguia uma esposa e desejava casar-se ardentemente. Sabendo como
fazer um culto a Shiva ele observou as dezesseis segundas-feiras com muita fé e
amor.
Após concluir a devoção precisou fazer uma longa viagem a um reino
distante. Ao chegar ao reino, ouviu dizer que o Rei iria fazer uma importante
declaração em praça pública sobre o noivado de sua única filha.
O Rei prometeu a mão de sua filha em casamento àquele que fosse
escolhido pelo seu elefante favorito. O elefante carregaria uma coroa de flores
e em quem ele colocasse a coroa ao redor do pescoço, de acordo com o
entendimento dos textos divinos, seria o escolhido para marido da princesa.
O viajante curioso resolveu assistir a cerimônia de noivado na
praça, pois ele nunca tinha ouvido falar de semelhante forma de escolher um
marido, principalmente para alguém que seria o futuro rei. A praça estava
lotada de pretendentes de todas as castas, o elefante caminhava lentamente como
que observando a fila de homens reunidos para a ocasião, e aproximou-se do
viajante colocando-lhe a coroa no pescoço. O Rei cumpriu com sua palavra e
feliz cedeu a mão da filha ao noivo escolhido pelo elefante. O mais belo casamento
foi realizado e o viajante tornou-se membro da família real. O Senhor Shiva o
havia abençoado!
Com o tempo, o viajante contou a esposa que havia realizado a
adoração ao Senhor Shiva, contando em detalhes como havia realizado o Pooja por
dezesseis segundas feiras. Ela estava ansiosa por ter filhos, embora houvesse
muito amor entre eles, esta benção ainda não tinha acontecido e era aguardada
por todo o reino. A princesa com toda devoção e amor decidiu também fazer a
adoração ao Senhor. Shiva ficou muito
feliz por devoção e a princesa deu à luz a um filho maravilhoso.
A criança cresceu e transformou em um homem forte e vigoroso,
queria ser um bom rei para honrar seus antepassados. Contou à mãe sobre seus
sonhos e ela revelou-lhe o segredo da adoração à Shiva. Ao que o rapaz
prontamente seguiu seus ensinamentos com detalhes. Na décima sétima segunda
feira, um mensageiro de um reino distante. O Rei do reino distante ficou
sabendo da beleza e sabedoria do príncipe e queria que sua filha se casasse com
ele. Seu pai muito feliz e orgulhoso prontamente consentiu na união dos jovens
príncipes, e realizou uma festa ainda mais bela.
O pai da princesa já era um homem velho e doente, e tão logo o
casamento se realizou transferiu ao marido da filha os deveres do reino. Com a intenção de ser um bom rei, o jovem
decidiu fazer um novo Pooja à Shiva, para que esta transferência de poderes
acontecesse da melhor forma possível. Ele queria que sua esposa participasse,
para que também fosse uma boa rainha. Mas a princesa passou os detalhes do
Pooja para um de seus servos, ela não queria ir para a cozinha, preparar o
Prasad.
No momento de iniciar o Pooja o novo rei recebeu uma mensagem: “Se
o rei não deixar a rainha insolente, sua linhagem será consumada!”.
Apavorado ao ouvir a mensagem o rei ficou admirado e consternado,
não entendia o que estava acontecendo e o que ele deveria fazer? Recorreu aos
seus ministros, contando sobre a mensagem e a ameaça de ruína sobre a sua
família. Os ministros contaram ao rei que a princesa desobedecerá às suas
ordens e pediu a um servo para fazer o Prasad. Disseram-lhe que ele deveria
abandonar a rainha imediatamente ou ela só lhe causaria problemas.
A rainha ao saber do acontecido ficou muito triste. Ela foi
imediatamente exilada. Passou a vagar pelo reino, mas ninguém lhe dava
acolhimento ou abrigo. De rainha ficou reduzida a mendicância. Seu belo vestido
estava rasgado e sujo, ela não tinha mais sapatos. Nem as pessoas mais velhas e
sábias olhavam para ela. Era expulsa de todos os lugares.
Certo dia encontrou um velho homem que lavava pratos, mesmo com
medo de ser rejeitada novamente, mas sentindo muito frio e fome procurou pelo
velho homem contando sua história. Ele trabalhava justamente no templo do
Senhor Shiva, ajudava na cozinha e tirava o leite fresco para levar ao templo.
Ele sentiu uma profunda compaixão pela pobre mulher e deu-lhe refúgio no templo
do Senhor.
Mas logo tudo o que ela tocava ficava em ruínas, até mesmo os
alimentos que lhe eram oferecidos logo se enchiam de vermes. O sacerdote do
templo viu seu sofrimento intenso e doloroso. Então ele orientou a rainha a
apaziguar a ira de Shiva, ensinou-lhe a realizar pooja nas dezesseis
segundas-feiras seguintes. A rainha ouviu com atenção todos os detalhes e fez
como lhe foi ensinado com muita fé e devoção.
Na décima sétima segunda feira, o rei ouviu uma voz divina que lhe
dizia para ir procurar por sua esposa, por ordem do Senhor Shiva. O rei
prontamente enviou embaixadores e mensageiros por todos os reinos, e uma ordem
que não voltassem enquanto não encontrassem sua esposa. Ao descobrir seu
paradeiro, o rei foi imediatamente ao seu encontro.
Ficou extremamente feliz ao saber que a benção veio após ela
realizar o Pooja do Senhor. Agradecido o rei honrou o sacerdote e o templo de Shiva
sem poupar despesas. O sacerdote muito ficou muito feliz e abençoou os dois.
O rei e a rainha retornaram ao palácio onde os súditos de todo o
reino esperava pela rainha. Todo reino comemorou e o rei e a rainha deram
presentes para todos, era o inicio de um longo e feliz reinado, Shiva concedeu
a rainha a benção de ter muitos filhos, e a promessa de que quando morressem
iriam direto para o Shivaloka.
Esta é a história da adoração ao Senhor Shiva. Dizem os velhos
sábios que quem a ler com devoção, ou ouvi-la com atenção aguçada, no momento
da adoração ao Senhor numa segunda – feira será abençoada com saúde, riquezas,
a cessação de todos os distúrbios e a realização de todos os desejos. Está é a
promessa do Senhor Shiva – o Um sem Segundo – Om Namah Shivaya.
Nas várias tradições espirituais na Índia e nos muitos textos
sagrados são ensinados diferentes práticas de adorar as divindades, estes
rituais de oferecimentos são comumente chamados de Pooja.
Nos Poojas são oferecidos diversos objetos materiais como incenso,
frutas, doces, flores entre outros, são usados utensílios de metal como pratos,
bandejas e vasos. São os Poojas externos.
Existe também o Pooja interno. É uma técnica de adoração ao Senhor
Shiva muito especial. Em vez de utilizar os diferentes objetos materiais, o
devoto usa a sua criatividade mental, sua imaginação para fazer o Pooja e em
sua mente ele faz as oferendas, como se estivesse realizando o Pooja externo,
com muita fé e devoção.
Embora seja contraditório muitos mestres ensinam que o Pooja
interno é muito mais forte, eficiente e poderoso que o Pooja externo. Da mesma
forma que entoar mantram mentalmente é muito mais poderoso que entoar em voz
audível. Mas o que vale mesmo é o amor dedicado a Shiva, a entrega e a fé
durante a realização do Pooja.
O hino utilizado no Pooja de Shiva é o Shiva Manasa Pooja, que
fala especialmente do significado de se adorar ao Senhor. Pode-se imaginar o
oferecimento das maiores honrarias e variados Prasad além de banho, frutas,
flores, roupas, lamparinas de Ghee e outros presentes. Tudo feito mentalmente e
na mais profunda entrega e devoção. O Senhor Shiva amorosamente aceita todos os
oferecimentos e presentes e abençoa nos
libertando de todo mal, do karma negativo, das doenças e outro males
conscientes e inconscientes.
A adoração ao Senhor Shiva deve ser feita à noite entoando
primeiro o Shiva Mahina Stotram e depois o Shiva Manasa Puja. Um exemplo de
entoação está neste site: http://www.youtube.com/watch?v=EXJmGcvVjSo
O Shiva Mahimna Stotram – Hino sobre a grandeza de Lord Shiva
O Shiva Mahimna Stotra é muito popular entre os Stotram é muito
popular entre os devotos do Senhor Shiva e é considerado um dos melhores entre
todos os Stotras ou Stutis oferecidos ao Senhor Shiva.
Conta a lenda Pushpa Dantha era um Gandharva, ou seja um ser
celestial, que entoava cânticos a Deus na corte de Indra. Ele era um devoto do
Senhor Shiva, bem como um amante das flores. Ele costumava roubar as mais belas
flores do jardim do Rei Chithra Ratha e as oferecia à Shiva.
Como resultado, o Rei Chithra Ratha nunca tinha belas flores para
fazer suas oferendas no Templo de Shiva. Mandou seu jardineiro real investigar
o que acontecia no jardim do palácio e descobrir o que acontecia quando as mais
belas flores floresciam.
O que ninguém sabia é que
Pushpa Dantha, sendo um Gandharva era invisível, e a investigação do jardineiro
não era então bem sucedida e as flores continuavam desaparecendo. Então o Rei
Chithra, armou uma armadilha para o ladrão e espalhou folhas de Bilwa em seu
jardim, e essas folhas são as preferidas do Senhor Shiva.
Pushpa Dantha ao tentar roubar as flores do jardim real, pisou nas
folhas de Bilwa sem saber. Lord Shiva ficou muito irritado com o Gandharva,
porque considerou a situação um desrespeito e o puniu retirando dele todos os
seus poderes celestiais.
Arrependido, Pushpa Dantha, compôs a grande oração Shiva Mahimna
Stotra, a oração falando das grandezas do Senhor Shiva, emocionou o Deus que o
perdoou devolvendo seus poderes.
Facilmente na internet é possível encontrar três traduções do
Devanagari para o inglês.
Atha śrī śivamahimnastotram ||
mahimnaḥ pāraṃ te paramaviduṣo yadyasadṛśī
stutirbrahmādīnāmapi tadavasannāstvayi giraḥ |
athā_vācyaḥ sarvaḥ svamatipariṇāmāvadhi gṛṇan
mamāpyeṣa stotre hara nirapavādaḥ parikaraḥ || 1 ||
atītaḥ panthānaṃ tava ca
mahimā vāṅmanasayoḥ
atadvyāvṛttyā yaṃ cakitamabhidhatte
śrutirapi |
sa kasya stotavyaḥ katividhaguṇaḥ kasya viṣayaḥ
pade
tvarvācīne patati na manaḥ kasya
na vacaḥ || 2
||
madhusphītā
vācaḥ paramamamṛtaṃ nirmitavataḥ
tava
brahman– kiṃ vāgapi
suragurorvismayapadam |
mama
tvetāṃ vāṇīṃ guṇakathanapuṇyena bhavataḥ
punāmītyarthe_smin
puramathana buddhirvyavasitā || 3 ||
tavaiśvaryaṃ yattajjagadudayarakṣāpralayakṛt
trayīvastu
vyastaṃ tisruṣu guṇabhinnāsu tanuṣu |
abhavyānāmasmin
varada ramaṇīyāmaramaṇīṃ
vihantuṃ vyākrośīṃ vidadhata ihaike ja_adhiyaḥ || 4 ||
kimīhaḥ kiṅkāyaḥ sa
khalu kimupāyastribhuvanaṃ
kimādhāro
dhātā sṛjati
kimupādāna iti ca |
atarkyaiśvarye
tvayyanavasara duḥstho
hatadhiyaḥ
kutarko_yaṃ kāṃścit mukharayati mohāya jagataḥ || 5 ||
ajanmāno
lokāḥ kimavayavavanto_pi
jagatāṃ
adhiṣṭhātāraṃ kiṃ bhavavidhiranādṛtya
bhavati |
anīśo
vā kuryād bhuvanajanane kaḥ parikaro
yato
mandāstvāṃ pratyamaravara
saṃśerata
ime || 6 ||
trayī
sāṅkhyaṃ yogaḥ paśupatimataṃ vaiṣṇavamiti
prabhinne
prasthāne paramidamadaḥ pathyamiti
ca |
rucīnāṃ vaicitryādṛjukuṭila nānāpathajuṣāṃ
nṛṇāmeko gamyastvamasi payasāmarṇava iva || 7 ||
mahokṣaḥ khaṭvāṅgaṃ paraśurajinaṃ bhasma
phaṇinaḥ
kapālaṃ cetīyattava varada tantropakaraṇam |
surāstāṃ tāmṛddhiṃ dadhati tu bhavadbhūpraṇihitāṃ
na hi svātmārāmaṃ viṣayamṛgatṛṣṇā bhramayati ||
8 ||
dhruvaṃ kaścit sarvaṃ sakalamaparastvadhruvamidaṃ
paro
dhrauvyā_dhrauvye jagati gadati vyastaviṣaye |
samaste_pyetasmin
puramathana tairvismita iva
stuvan–
jihremi tvāṃ na
khalu nanu dhṛṣṭā
mukharatā || 9 ||
tavaiśvaryaṃ yatnād yadupari virincirhariradhaḥ
paricchetuṃ yātāvanalamanalaskandhavapuṣaḥ |
tato
bhaktiśraddhā-bharaguru-gṛṇadbhyāṃ giriśa yat
svayaṃ tasthe tābhyāṃ tava kimanuvṛttirna phalati || 10 ||
ayatnādāsādya
tribhuvanamavairavyatikaraṃ
daśāsyo
yadbāhūnabhṛta
raṇakaṇ_ū-paravaśān |
śiraḥpadmaśreṇī-racitacaraṇāmbhoruha-baleḥ
sthirāyāstvadbhaktestripurahara
visphūrjitamidam || 11 ||
amuṣya tvatsevā-samadhigatasāraṃ bhujavanaṃ
balāt
kailāse_pi tvadadhivasatau vikramayataḥ |
alabhyā
pātāle_pyalasacalitāṅguṣṭhaśirasi
pratiṣṭhā tvayyāsīd dhruvamupacito muhyati
khalaḥ ||
12 ||
yadṛddhiṃ sutrāmṇo varada paramoccairapi satīṃ
adhaścakre
bāṇaḥ parijanavidheyatribhuvanaḥ |
na
taccitraṃ tasmin
varivasitari tvaccaraṇayoḥ
na
kasyāpyunnatyai bhavati śirasastvayyavanatiḥ || 13 ||
akāṇ_a-brahmāṇ_a-kṣayacakita-devāsurakṛpā
vidheyasyā_ _sīd–
yastrinayana viṣaṃ saṃhṛtavataḥ |
sa
kalmāṣaḥ kaṇṭhe tava na kurute na śriyamaho
vikāro_pi
ślāghyo bhuvana-bhaya- bhaṅga-
vyasaninaḥ ||
14 ||
asiddhārthā
naiva kvacidapi sadevāsuranare
nivartante
nityaṃ jagati
jayino yasya viśikhāḥ |
sa
paśyannīśa tvāmitarasurasādhāraṇamabhūt
smaraḥ smartavyātmā na hi vaśiṣu pathyaḥ paribhavaḥ || 15 ||
mahī
pādāghātād vrajati sahasā saṃśayapadaṃ
padaṃ viṣṇorbhrāmyad bhuja-parigha-rugṇa-graha- gaṇam |
muhurdyaurdausthyaṃ yātyanibhṛta-jaṭā-tā_ita-taṭā
jagadrakṣāyai tvaṃ naṭasi nanu vāmaiva vibhutā || 16 ||
viyadvyāpī
tārā-gaṇa-guṇita-phenodgama-ruciḥ
pravāho
vārāṃ yaḥ pṛṣatalaghudṛṣṭaḥ śirasi te |
jagaddvīpākāraṃ jaladhivalayaṃ tena kṛtamiti
anenaivonneyaṃ dhṛtamahima divyaṃ tava
vapuḥ ||
17 ||
rathaḥ kṣoṇī
yantā śatadhṛtiragendro
dhanuratho
rathāṅge candrārkau ratha-caraṇa-pāṇiḥ śara iti |
didhakṣoste ko_yaṃ tripuratṛṇamā_ambara-vidhiḥ
vidheyaiḥ krī_antyo
na khalu paratantrāḥ prabhudhiyaḥ || 18 ||
hariste
sāhasraṃ kamala
balimādhāya padayoḥ
yadekone
tasmin– nijamudaharannetrakamalam |
gato
bhaktyudrekaḥ pariṇatimasau cakravapuṣaḥ
trayāṇāṃ rakṣāyai
tripurahara jāgarti jagatām || 19 ||
kratau
supte jāgrat– tvamasi phalayoge kratumatāṃ
kva
karma pradhvastaṃ phalati
puruṣārādhanamṛte |
atastvāṃ samprekṣya kratuṣu phaladāna-pratibhuvaṃ
śrutau
śraddhāṃ badhvā
dṛ_haparikaraḥ karmasu janaḥ || 20 ||
kriyādakṣo dakṣaḥ kratupatiradhīśastanubhṛtāṃ
ṛṣīṇāmārtvijyaṃ śaraṇada sadasyāḥ sura-gaṇāḥ |
kratubhraṃśastvattaḥ kratuphala-vidhāna-vyasaninaḥ
dhruvaṃ kartuḥ śraddhā-vidhuramabhicārāya hi makhāḥ || 21 ||
prajānāthaṃ nātha prasabhamabhikaṃ svāṃ duhitaraṃ
gataṃ rohid– bhūtāṃ riramayiṣumṛṣyasya vapuṣā |
dhanuṣpāṇeryātaṃ divamapi
sapatrākṛtamamuṃ
trasantaṃ te_dyāpi tyajati na mṛgavyādharabhasaḥ || 22 ||
svalāvaṇyāśaṃsā dhṛtadhanuṣamahnāya tṛṇavat
puraḥ pluṣṭaṃ dṛṣṭvā
puramathana puṣpāyudhamapi
|
yadi
straiṇaṃ devī yamanirata-dehārdha-ghaṭanāt
avaiti
tvāmaddhā bata varada mugdhā yuvatayaḥ || 23 ||
śmaśāneṣvākrī_ā
smarahara piśācāḥ sahacarāḥ
citā-bhasmālepaḥ sragapi nṛkaroṭī-parikaraḥ |
amaṅgalyaṃ śīlaṃ tava bhavatu nāmaivamakhilaṃ
tathāpi smartṝṇāṃ varada paramaṃ maṅgalamasi || 24 ||
manaḥ pratyakcitte
savidhamavidhāyātta-marutaḥ
prahṛṣyadromāṇaḥ pramada-salilotsaṅgati-dṛśaḥ |
yadālokyāhlādaṃ hrada iva nimajyāmṛtamaye
dadhatyantastattvaṃ kimapi yaminastat kila bhavān || 25
||
tvamarkastvaṃ somastvamasi pavanastvaṃ hutavahaḥ
tvamāpastvaṃ vyoma tvamu dharaṇirātmā tvamiti ca |
paricchinnāmevaṃ tvayi pariṇatā bibhrati giraṃ
na
vidmastattattvaṃ vayamiha
tu yat tvaṃ na
bhavasi || 26 ||
trayīṃ tisro vṛttīstribhuvanamatho trīnapi surān
akārādyairvarṇaistribhirabhidadhat tīrṇavikṛti |
turīyaṃ te dhāma dhvanibhiravarundhānamaṇubhiḥ
samastaṃ vyastaṃ tvāṃ śaraṇada gṛṇātyomiti padam || 27 ||
bhavaḥ śarvo rudraḥ paśupatirathograḥ sahamahān
tathā
bhīmeśānāviti yadabhidhānāṣṭakamidam
|
amuṣmin pratyekaṃ pravicarati deva śrutirapi
priyāyāsmaidhāmne praṇihita-namasyo_smi
bhavate || 28 ||
namo
nediṣṭhāya
priyadava daviṣṭhāya
ca namaḥ
namaḥ kṣodiṣṭhāya
smarahara mahiṣṭhāya
ca namaḥ |
namo
varṣiṣṭhāya trinayana yaviṣṭhāya ca namaḥ
namaḥ sarvasmai te tadidamatisarvāya ca
namaḥ ||
29 ||
bahula-rajase
viśvotpattau bhavāya namo namaḥ
prabala-tamase
tat saṃhāre
harāya namo namaḥ |
jana-sukhakṛte sattvodriktau mṛ_āya namo namaḥ
pramahasi
pade nistraiguṇye
śivāya namo namaḥ ||
30 ||
kṛśa-pariṇati-cetaḥ kleśavaśyaṃ kva cedaṃ kva ca tava guṇa-sīmollaṅghinī
śaśvadṛddhiḥ |
iti
cakitamamandīkṛtya
māṃ bhaktirādhād
varada caraṇayoste
vākyapuṣpopahāram
|| 31 ||
asita-giri-samaṃ syāt kajjalaṃ sindhu-pātre sura-taruvara-śākhā
lekhanī
patramurvī
|
likhati
yadi gṛhītvā
śāradā sarvakālaṃ tadapi
tava guṇānāmīśa
pāraṃ na
yāti
||
32 ||
asura-sura-munīndrairarcitasyendu-mauleḥ grathita-guṇamahimno
nirguṇasyeśvarasya |
sakala-gaṇa-variṣṭhaḥ puṣpadantābhidhānaḥ ruciramalaghuvṛttaiḥ
stotrametaccakāra || 33 ||
aharaharanavadyaṃ dhūrjaṭeḥ stotrametat paṭhati
paramabhaktyā śuddhacittaḥ
pumān
yaḥ |
sa
bhavati śivaloke rudratulyastathā_tra pracuratara-dhanāyuḥ putravān
kīrtimāṃśca || 34 ||
maheśānnāparo
devo mahimno nāparā stutiḥ |
aghorānnāparo
mantro nāsti tattvaṃ guroḥ param || 35 ||
dīkṣā dānaṃ tapastīrthaṃ ṅnānaṃ yāgādikāḥ kriyāḥ |
mahimnastava
pāṭhasya
kalāṃ nārhanti
ṣo_aśīm
|| 36 ||
kusumadaśana-nāmā
sarva-gandharva-rājaḥ
śaśidharavara-maulerdevadevasya
dāsaḥ |
sa
khalu nija-mahimno bhraṣṭa
evāsya roṣāt
stavanamidamakārṣīd divya-divyaṃ mahimnaḥ || 37 ||
suragurumabhipūjya
svarga-mokṣaika-hetuṃ
paṭhati yadi manuṣyaḥ prānjalirnānya-cetāḥ |
vrajati
śiva-samīpaṃ kinnaraiḥ stūyamānaḥ
stavanamidamamoghaṃ puṣpadantapraṇītam
|| 38 ||
āsamāptamidaṃ stotraṃ puṇyaṃ gandharva-bhāṣitam |
anaupamyaṃ manohāri sarvamīśvaravarṇanam || 39 ||
ityeṣā vāṅmayī pūjā śrīmacchaṅkara-pādayoḥ |
arpitā
tena deveśaḥ prīyatāṃ me sadāśivaḥ || 40 ||
tava
tattvaṃ na
jānāmi kīdṛśo_si
maheśvara |
yādṛśo_si mahādeva tādṛśāya namo namaḥ || 41
ekakālaṃ dvikālaṃ vā trikālaṃ yaḥ paṭhennaraḥ |
sarvapāpa-vinirmuktaḥ śiva loke mahīyate || 42 ||
śrī
puṣpadanta-mukha-paṅkaja-nirgatena
stotreṇa kilbiṣa-hareṇa hara-priyeṇa |
kaṇṭhasthitena paṭhitena samāhitena
suprīṇito bhavati bhūtapatirmaheśaḥ || 43 ||
|| iti śrī puṣpadanta viracitaṃ śivamahimnaḥ stotraṃ samāptam ||
Author: Puśpadantha
Referência:
· http://thegodshiva.blogspot.com/
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