Meditação
para a Saúde e Felicidade
A cada dia
mais a ciência, principalmente a Neurociência vem comprovando os múltiplos benefícios
das práticas meditativas. E muitos profissionais da Psiquiatria e outras áreas
da medicina, a Psicologia e a Psicoterapia, assim como os profissionais de
Cuidados Integrativos e Paliativos utilizam a meditação como técnica
terapêutica ou como importante terapia complementar com resultados
extraordinários tanto em pacientes internados como em set terapêutico.
A meditação
é hoje um dos mais importantes componentes da saúde física, mental e emocional,
assim como da saúde espiritual, abrindo a possibilidade de um “coping positivo”, que contribui para a
melhora no relacionamento entre o profissional e o paciente, e maior eficácia no
tratamento.
A meditação
promove a estabilidade mental, permite uma melhor observação das sensações
físicas, fornece uma base de cura e influencia diretamente a capacidade de
enfrentar os desafios resultante da doença (inclusive da crônica) e seus
sintomas, e quando ocorre das suas sequelas.
Muitas
práticas meditativas são encontradas nas diferentes culturas e nas tradições e
disciplinas espirituais do Oriente e do Ocidente; são muitos os métodos, indo
de técnicas individuais às grupais, introspectivas, contemplativas ou
dinâmicas, mas no final todas propõem uma prática mente – corpo que levam ao
silêncio e à quietude do momento presente de forma consciente, sem julgamento
ou críticas. Segundo Phd Jon Kabat – Zinn professor da Medical School –
Massachusets University, “A meditação é a
própria simplicidade. É sobre parando e estando presente. Isso é tudo! ”.
Thomas
Keating acrescenta que “a meditação é
para todos, não apenas para monges”. Assim, independente da crença, sexo,
formação ou profissão e idade, todas as pessoas podem ser beneficiadas. Mas
devo salientar que ao longo dos meus 25 anos de estudos, práticas e ensino,
observo a cada dia mais a importância do acompanhamento de um professor de
meditação, pois a meditação revela muito a respeito de nós mesmos, trazendo à
tona, tanto os aspectos positivos de nossa personalidade, curando as dores de
nossa alma, equilibrando nossas emoções, entre outros benefícios, como também
descortina aspectos sombrios, dolorosos ou traumáticos inclusive trazendo
recursos emocionais e mentais que podem ser trabalhados no set terapêutico, e
que muitas vezes permanecem escondidas ou inconscientes ao paciente. Hoje a
ciência, principalmente na Psiquiatria já desaconselha práticas meditativas
para pacientes com esquizofrenia, psicopatias e sociopatias, e caso sejam
feitas devem ser acompanhadas pelo terapeuta ou um professor de meditação
habilitado para ensinar a técnica adequada ao paciente.
As meditações
podem ser com ou sem objeto, a Mindfulness assim como a meditação Loving Kindness
(Bondade Amorosa) são práticas com objeto; e este pode ser uma palavra, um som,
um mantra, uma imagem, oração ou simplesmente a respiração, que permitem que a
mente se estabeleça no momento presente, de forma consciente, isto permite que
ela se torna mais receptiva, aberta, clara, desenvolvendo maior aceitação e
regulação emocional.
Podemos
fazer uma analogia com um dial do rádio, a estática representa os incontáveis
pensamentos diários, ruminantes e/ou fantasiosos, além das sensações que
preocupam a mente. A meditação é como uma ferramenta que ajusta a discagem da
mente para que alguém possa se tornar mais receptivo e experimentar equilíbrio
e harmonia em meio das condições em constante mudança na vida cotidiana.
Pesquisas
Diferentes
técnicas têm sido investigadas desde 1950. Mas foi a partir da década de 1970,
com Jon Kabat Zinn, que desenvolveu a técnica da Mindfulness (MBSR –
Mindfulness Based Stress Reduction) que os avanços começaram, e permitiram que
a técnica da atenção plena pudesse avançar, mostrando resultados como:
- Redução das crises de ansiedade;
- Aumento do afeto positivo;
- Impede a recorrência da depressão;
- Redução significativa dos sintomas de dores crônicas como fibromialgia, cefaleias entre outras;
- Psoríase;
- Cessação do tabagismo e outras formas de adicção;
- Aumento da longevidade e função cognitiva em idosos;
- No tratamento de transtornos psiquiátricos (TAG, TOC, TDH, Bipolaridade, Boderline, entre outros);
- Nos tratamentos clínicos pré e pós-operatórios, cardiorrespiratórios, endócrinos, oncológicos entre outros;
- No acompanhamento de pacientes internados;
- Para o acompanhamento de luto ou perdas
- No tratamento de stress e seus sintomas
- E uma gama de desordens crônicas ou traumáticas.
Neste estudo, a
meditação da atenção simples foi associada a aumentos dos anticorpos para a
vacina contra a gripe influenza sugerindo correlação entre meditação, estados
emocionais positivos, a atividade imunológica e a melhora da função
imunológica.
Monges
budistas tibetanos mostram aumento de ondas gama no lado esquerdo do córtex
pré-frontal em comparação com meditadores principiantes, sugerindo que a
atenção simples e os processos afetivos são habilidades flexíveis que podem ser
aprendidos. Pode-se observar nestes estudos que o treinamento em práticas
meditativas influencia na neuroplasticidade da felicidade aprendida e na
concentração de uma forma dependente da prática disciplinada e sua constância.
Conexão Espiritual
A prática
disciplinada e perseverante, feita de forma correta da meditação da atenção
simples, não só oferece melhora como previne doenças biológicas, mas
principalmente leva a uma conexão espiritual profunda. Milhares de pessoas ao
redor do mundo, de diferentes culturas, estilos de vida e credos e por
diferentes motivos continuam a experimentar as sutis dimensões internas da
meditação. Para quem busca desenvolver ou expandir a consciência, e pratica a
meditação de forma diligente pode eventualmente passar por experiências
subjetivas e transcendentes, e que podem ser uteis e até curativas quando bem
compreendidas e se necessário compartilhadas com o professor de meditação e/ou
um terapeuta que conheça a possibilidade destas experiências.
A cada dia
mais práticas meditativas, principalmente a Mindfulness e agora as técnicas
compassivas têm mostrado a sua relevância para construirmos o que o Budismo
chama de felicidade genuína, que tem como princípio a aceitação da situação que
estamos vivenciando, entendendo que nada é permanente, e que as mudanças que
queremos começa dentro de nós, ao estarmos atentos aos nossos pensamentos
emoções e sensações e, sendo auto compassivos podemos curar ou diminuir nosso
sofrimento.
Para que
todos estes assim como tantos outros benefícios e o desenvolvimento da
felicidade genuína possam ocorrer, é necessário que a prática seja realizada
com disciplina, perseverança e o que Budha chamou de esforço correto. Com o
passar dos anos e com o contato de muitos alunos, gosto de pensar que sempre
existe uma técnica adequada a cada personalidade, ou situação, ou necessidade,
seja por motivos espirituais, ou para autoconhecimento ou mesmo como parte de
um tratamento, isto exige dedicação e atenção também por parte do professor. Meditação
não é um placebo, deve ser praticada e ensinada com seriedade e
responsabilidade, para que os resultados sejam alcançados. Cada pessoa leva um
tempo para desenvolver as habilidades como estados de calma e plenitude ou
clareza mental e equilíbrio emocional, mas sempre é possível obter os benefícios
da meditação. Basta não desistir na primeira dificuldade!
Sonia A F
Santos – 25 anos de estudo, ensino e prática de meditação e filosofia e
psicologia Budista; psicoterapeuta transpessoal e analista junguiana. Discípula
de Geshe Ngawang Phende, Professor de Psicologia Budista da Emory University.
Atendimento
presencial ou On Line, aulas individuais ou em grupo de meditação, cursos e
formação podem ser realizados em outros locais/cidades/ estados.
Contato: WhatsApp (11) 99463 5825 ou pelo
e-mail: seratento.2016@gmail.com.
Local Campo Belo SP SP
Para saber mais sobre nosso trabalho, meditações e cursos entre no site da Ser Atento Mindfulness Brasil - https://seratentomindfulness.wordpress.com
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Referencias:
1.
Kabat-Zinn, J: Meditation. In Holland JC (ed): Textbook on Psycho-oncology.
Oxford, 1998: 767- 779.
2.
Conversation with Fr. Keating on 12/11/07 at St. Benedict’s Monastery,
Snowmass, CO.
3. Benson H,
Kotch J, Crassweller K: The relaxation response—a bridge between psychiatry and
medicine, Med Clin North Am. 1977;61:929-8.
4.
Kabat-Zinn J, Massion A, Kristeller J, et al: Effectiveness of a
mindfulness-based stress reduction program in the treatment of anxiety disorders,
Am J Psychiatry. 1992;149(7):936-943.
5. Miller J,
Fletcher K, Kabat-Zinn J: Three-year followup and clinical implications of a
mindfulness meditation-based stress reduction intervention in the treatment of
anxiety disorders, Gen Hosp Psychiatry. 1995;17(3):192-200.
6.
Beauchamp-Turner D, Levinson D: Effects of meditation on stress, health, and
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Williams J, et al: Prevention of relapse/recurrence in major depression by
mindfulness-based cognitive therapy, J Consult Clin Psychol.
2000;68(4):615-623.
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