quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Psicologia do Esporte







O que é psicologia do esporte?

É uma ciência que estuda os comportamentos de pessoas envolvidas no contexto esportivo e do exercício físico.

Objetivo: o objetivo do psicologo do esporte é entender como os fatores psicológicos influenciam no desempenho físico e compreender como a participação nessas atividades afeta o desenvolvimento emocional, a saúde e o bem-estar de uma pessoa nesse ambiente.

E onde o psicólogo do esporte atua? 

No campo de atuação, o mais conhecido está relacionado aos esportes e atletas de alto rendimento. Mas não é só aqui o foco sua atuação e intervenção abrangem as práticas de tempo livre ou recreativo que são as atividades físicas como manutenção da saúde e bem estar; pelo esporte escolar analisando o contexto da relação do praticante com o ambiente escolar, demandas como professor e alunos; pela iniciação cientifica onde se encontram crianças, jovens em atividades esportivas, pedagógicas e competitivas; pela reabilitação que trata da recuperação psicológica de lesão de atletas, praticantes de esporte, acompanha pessoas que praticam atividade física como meio de reabilitação ou inserção social por exemplo obesos em pré e pós cirurgia bariátrica, doentes cardíacos, pessoas portadoras de necessidades especiais, e projetos sociais com intuito do esporte como meio de educação e socialização de crianças e jovens de comunidades carentes.
 

Emílio Figueiredo novo Parceiro da Ser Atento Mindfulness Brasil -

Bacharel em Direito pela Unilago – São José do Rio Preto
Pós-Graduado em Direito Civil – Processual Civil e Empresarial pela Faculdade Damásio de Jesus – São Paulo
Formado em Psicologia pela Faculdades Metropolitanas Unidas – São Paulo
Pós-Graduando em Psicologia do Esporte pela Estácio
Atua como Psicólogo Clínico com abordagem em Terapia Cognitiva Comportamental e Psicologia do Esporte.
Também é Atleta desporto em triátlon com participações em provas Ironman e Maratonas. 
Participa como professor de Psicologia do Esporte no Programa de MIndfulness para Esportes da Ser Atento Mindfulness Brasil

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Real mas não verdadeiro!



Real mas não verdadeiro!

"Simplesmente deixe a experiência acontecer muito livremente, para que o seu coração aberto seja impregnado com a ternura da verdadeira compaixão."
~ TSOKNYI RINPOCHE

Real mas não verdadeiro é uma frase de impacto para momentos em que vivenciamos uma emoção forte. Ela foi ensinada por Tsoknyi Rinpoche, Professor do Dharmma e de meditação e autor de vários livros como: Open your Heart, Open your MInd,  Carefree Dignity.

Na vida cotidiana, todas as nossas experiências sejam elas boas ou ruins são moldadas por nossas crenças, e Gandhi já falava como as nossas crenças se tornam nossos pensamentos e emoções, estes por sua vez estão diretamente conectados aos nossos hábitos e comportamentos, que por sua vez determinam o caminho que estamos trilhando. E na maioria das vezes este caminho vem cheio de obstáculos que nos causam algum tipo de sofrimento.

E quando estamos sofrendo nos perdemos em meios aos pensamentos e emoções, fortalecidos pelas nossas crenças, assim tendemos a acreditar em algo que não é verdade, como por exemplo acreditar que nós ou os outros não temos merecimento, ou que somos maus, que nada dá certo!

Ao invés de fazermos uma pausa intencional, e observarmos nosso coração as nossas emoções e os nossos pensamentos e responder ao que acontece no momento presente, ficamos observando a vida com uma visão interpretativa que nos separa.

O Mestre Rumi (Mestre Sufi 1207 – 1273) ensina:

Eu devo ter sido incrivelmente simples, bêbado ou insano, 
entrar em minha própria casa e roubar dinheiro, 
escalar minha própria cerca e pegar meus próprios vegetais. 
Mas não mais. Eu me livrei daquele punho ignorante 
que estava beliscando e torcendo meu eu secreto. 
O universo e a luz das estrelas vêm através de mim. 
Eu sou a lua crescente colocada 
sobre o portão do festival.

 Este verso revela o quanto entramos com facilidade no transe das crenças limitantes, e prejudicamos a nós mesmos com nossos pensamentos, emoções e comportamentos. Mas quando olhamos para dentro, para o nosso coração, notamos que estas crenças dualistas não existem, não há espaço para elas.

Tsoknyi Rinpoche, escreveu a frase: Real, mas não verdadeiro! Que significa que enquanto os pensamentos estão realmente acontecendo (sejam eles bons ou maus) e há uma bioquímica que os acompanha, eles são na verdade apenas representações mentais das nossas crenças, que aumentam de intensidade virando verdadeiras ruminações ou fantasias quando estão acompanhadas das emoções. Mas estes pensamentos não são as experiências do momento presente, da mesma forma que um “mapa não é o território” que ele representa, os nossos pensamentos não são a realidade.

O que Tsoknyi está nos ensinando é que as nossas crenças alimentam o nosso senso de separação, e é este senso que nos mantém distante da felicidade genuína. Não gostamos ou muitas vezes preferimos não buscar alguma forma de transformar as nossas crenças, investigar é difícil, no começo pode nos causar até um sofrimento, mas é muito importante conhecer este véu que na filosofia indiana é conhecido como o véu de Maya (Ilusão) que nos impede de enxergar a realidade. Uma das técnicas usadas na Psicologia Budista é a Shamatha (Atenção Simples), porque ela permite que possamos ver além das crenças, emoções e pensamentos, a ver o momento presente, sem julgamentos ou críticas e com aceitação da realidade que se apresenta.

Podemos então investigar de duas formas:

·               Desenvolvendo interesse e qualidade da mente atenta para o que está acontecendo e penetrando camada por camada da crença limitante ou;
·               Desenvolvendo a atenção plena (Mindfulness) indo diretamente ao encontro do que surge com qualidade de presença plena, escuta atenta e incorporada.

No processo de investigar as crenças limitantes perguntamos: Eu acredito em que? Como esta crença ou esta emoção está afetando a minha vida? Ao invés de temer o sofrimento, vamos ao encontro dele, isto permite a abertura para a autocompaixão que por sua vez nos leva a outras perguntas: Do que eu realmente mais preciso? O que me proporcionaria a cura deste sofrimento? Como seria a minha vida se eu não tivesse esta crença? Como seria a minha vida se eu tivesse maior controle sobre as minhas emoções?

Na medida em que com esforço e disciplina praticamos Mindfulness (Atenção Plena) e Loving Kindness (Bondade Amorosa), desenvolvemos as qualidade de atenção simples e compaixão, qualidades que enfraquecem o poder da ilusão, dos pensamentos e emoções quando eles começam a surgir, e desta maneira passamos a enfraquecer o poder da crença limitante.

As pausas intencionais nos ajudam a gradualmente abrirmos mais espaço em nossa mente, adquirimos a clareza mental e um estado de bem-estar no qual os chamados do coração conseguem se fazer ouvir, desenvolvemos então a compaixão que promove a cura em nós e no mundo ao nosso redor.

Adaptado da palestra da Professora de Psicologia Budista e Meditação Tara Brach de 1 de junho de 2016 – Real mas não verdadeiro: libertando-nos das crenças prejudiciais.

Sonia A F Santos – Professora de Psicologia Budista e Meditação, Instrutora e Terapeuta em Mindfulness e Compaixão. Coordena cursos na área, e facilitadora do Círculo de Meditação no Instituto Casa do Encontro onde atende com Psicologia Transpessoal e Análise Junguiana com hora marcada. Palestras, retiros, cursos e workshops, podem ser oferecidos em outros espaços e cidades. Mindfulness Work para empresas e escolas.

Contato:
Tel. (11) 99463 5825
Instagram: saleela_devi



domingo, 3 de fevereiro de 2019

Meditação para a Saúde e Felicidade




Meditação para a Saúde e Felicidade

A cada dia mais a ciência, principalmente a Neurociência vem comprovando os múltiplos benefícios das práticas meditativas. E muitos profissionais da Psiquiatria e outras áreas da medicina, a Psicologia e a Psicoterapia, assim como os profissionais de Cuidados Integrativos e Paliativos utilizam a meditação como técnica terapêutica ou como importante terapia complementar com resultados extraordinários tanto em pacientes internados como em set terapêutico.

A meditação é hoje um dos mais importantes componentes da saúde física, mental e emocional, assim como da saúde espiritual, abrindo a possibilidade de um “coping positivo”, que contribui para a melhora no relacionamento entre o profissional e o paciente, e maior eficácia no tratamento.

A meditação promove a estabilidade mental, permite uma melhor observação das sensações físicas, fornece uma base de cura e influencia diretamente a capacidade de enfrentar os desafios resultante da doença (inclusive da crônica) e seus sintomas, e quando ocorre das suas sequelas.

Muitas práticas meditativas são encontradas nas diferentes culturas e nas tradições e disciplinas espirituais do Oriente e do Ocidente; são muitos os métodos, indo de técnicas individuais às grupais, introspectivas, contemplativas ou dinâmicas, mas no final todas propõem uma prática mente – corpo que levam ao silêncio e à quietude do momento presente de forma consciente, sem julgamento ou críticas. Segundo Phd Jon Kabat – Zinn professor da Medical School – Massachusets University, “A meditação é a própria simplicidade. É sobre parando e estando presente. Isso é tudo! ”.

Thomas Keating acrescenta que “a meditação é para todos, não apenas para monges”. Assim, independente da crença, sexo, formação ou profissão e idade, todas as pessoas podem ser beneficiadas. Mas devo salientar que ao longo dos meus 25 anos de estudos, práticas e ensino, observo a cada dia mais a importância do acompanhamento de um professor de meditação, pois a meditação revela muito a respeito de nós mesmos, trazendo à tona, tanto os aspectos positivos de nossa personalidade, curando as dores de nossa alma, equilibrando nossas emoções, entre outros benefícios, como também descortina aspectos sombrios, dolorosos ou traumáticos inclusive trazendo recursos emocionais e mentais que podem ser trabalhados no set terapêutico, e que muitas vezes permanecem escondidas ou inconscientes ao paciente. Hoje a ciência, principalmente na Psiquiatria já desaconselha práticas meditativas para pacientes com esquizofrenia, psicopatias e sociopatias, e caso sejam feitas devem ser acompanhadas pelo terapeuta ou um professor de meditação habilitado para ensinar a técnica adequada ao paciente.

As meditações podem ser com ou sem objeto, a Mindfulness assim como a meditação Loving Kindness (Bondade Amorosa) são práticas com objeto; e este pode ser uma palavra, um som, um mantra, uma imagem, oração ou simplesmente a respiração, que permitem que a mente se estabeleça no momento presente, de forma consciente, isto permite que ela se torna mais receptiva, aberta, clara, desenvolvendo maior aceitação e regulação emocional.

Podemos fazer uma analogia com um dial do rádio, a estática representa os incontáveis pensamentos diários, ruminantes e/ou fantasiosos, além das sensações que preocupam a mente. A meditação é como uma ferramenta que ajusta a discagem da mente para que alguém possa se tornar mais receptivo e experimentar equilíbrio e harmonia em meio das condições em constante mudança na vida cotidiana.

Pesquisas

Diferentes técnicas têm sido investigadas desde 1950. Mas foi a partir da década de 1970, com Jon Kabat Zinn, que desenvolveu a técnica da Mindfulness (MBSR – Mindfulness Based Stress Reduction) que os avanços começaram, e permitiram que a técnica da atenção plena pudesse avançar, mostrando resultados como:

  •      Redução das crises de ansiedade;
  •    Aumento do afeto positivo;
  •     Impede a recorrência da depressão;
  •     Redução significativa dos sintomas de dores crônicas como fibromialgia, cefaleias entre outras;
  •     Psoríase;
  •    Cessação do tabagismo e outras formas de adicção;
  •    Aumento da longevidade e função cognitiva em idosos;
  •    No tratamento de transtornos psiquiátricos (TAG, TOC, TDH, Bipolaridade, Boderline, entre outros);
  •    Nos tratamentos clínicos pré e pós-operatórios, cardiorrespiratórios, endócrinos, oncológicos entre outros;
  •    No acompanhamento de pacientes internados;
  •   Para o acompanhamento de luto ou perdas
  •   No tratamento de stress e seus sintomas
  •    E uma gama de desordens crônicas ou traumáticas.
A Wisconsin Madison University realizou uma pesquisa coordenada pelo Phd Dr Richard Davidson, que observou uma correlação positiva entre a prática da meditação da atenção simples (Mindfulness) e a atividade do córtex pré-frontal do lado esquerdo, que é associada a estados afetivos positivos. 

Neste estudo, a meditação da atenção simples foi associada a aumentos dos anticorpos para a vacina contra a gripe influenza sugerindo correlação entre meditação, estados emocionais positivos, a atividade imunológica e a melhora da função imunológica.

Monges budistas tibetanos mostram aumento de ondas gama no lado esquerdo do córtex pré-frontal em comparação com meditadores principiantes, sugerindo que a atenção simples e os processos afetivos são habilidades flexíveis que podem ser aprendidos. Pode-se observar nestes estudos que o treinamento em práticas meditativas influencia na neuroplasticidade da felicidade aprendida e na concentração de uma forma dependente da prática disciplinada e sua constância.

Conexão Espiritual

A prática disciplinada e perseverante, feita de forma correta da meditação da atenção simples, não só oferece melhora como previne doenças biológicas, mas principalmente leva a uma conexão espiritual profunda. Milhares de pessoas ao redor do mundo, de diferentes culturas, estilos de vida e credos e por diferentes motivos continuam a experimentar as sutis dimensões internas da meditação. Para quem busca desenvolver ou expandir a consciência, e pratica a meditação de forma diligente pode eventualmente passar por experiências subjetivas e transcendentes, e que podem ser uteis e até curativas quando bem compreendidas e se necessário compartilhadas com o professor de meditação e/ou um terapeuta que conheça a possibilidade destas experiências.

A cada dia mais práticas meditativas, principalmente a Mindfulness e agora as técnicas compassivas têm mostrado a sua relevância para construirmos o que o Budismo chama de felicidade genuína, que tem como princípio a aceitação da situação que estamos vivenciando, entendendo que nada é permanente, e que as mudanças que queremos começa dentro de nós, ao estarmos atentos aos nossos pensamentos emoções e sensações e, sendo auto compassivos podemos curar ou diminuir nosso sofrimento.

Para que todos estes assim como tantos outros benefícios e o desenvolvimento da felicidade genuína possam ocorrer, é necessário que a prática seja realizada com disciplina, perseverança e o que Budha chamou de esforço correto. Com o passar dos anos e com o contato de muitos alunos, gosto de pensar que sempre existe uma técnica adequada a cada personalidade, ou situação, ou necessidade, seja por motivos espirituais, ou para autoconhecimento ou mesmo como parte de um tratamento, isto exige dedicação e atenção também por parte do professor. Meditação não é um placebo, deve ser praticada e ensinada com seriedade e responsabilidade, para que os resultados sejam alcançados. Cada pessoa leva um tempo para desenvolver as habilidades como estados de calma e plenitude ou clareza mental e equilíbrio emocional, mas sempre é possível obter os benefícios da meditação. Basta não desistir na primeira dificuldade!

Sonia A F Santos – 25 anos de estudo, ensino e prática de meditação e filosofia e psicologia Budista; psicoterapeuta transpessoal e analista junguiana. Discípula de Geshe Ngawang Phende, Professor de Psicologia Budista da Emory University.

Atendimento presencial ou On Line, aulas individuais ou em grupo de meditação, cursos e formação podem ser realizados em outros locais/cidades/ estados.

 Contato: WhatsApp (11) 99463 5825 ou pelo e-mail: seratento.2016@gmail.com. Local Campo Belo SP SP

Para saber mais sobre nosso trabalho, meditações e cursos entre no site da Ser Atento Mindfulness Brasil - https://seratentomindfulness.wordpress.com



Referencias:

1. Kabat-Zinn, J: Meditation. In Holland JC (ed): Textbook on Psycho-oncology. Oxford, 1998: 767- 779.
2. Conversation with Fr. Keating on 12/11/07 at St. Benedict’s Monastery, Snowmass, CO.
3. Benson H, Kotch J, Crassweller K: The relaxation response—a bridge between psychiatry and medicine, Med Clin North Am. 1977;61:929-8.
4. Kabat-Zinn J, Massion A, Kristeller J, et al: Effectiveness of a mindfulness-based stress reduction program in the treatment of anxiety disorders, Am J Psychiatry. 1992;149(7):936-943.
5. Miller J, Fletcher K, Kabat-Zinn J: Three-year followup and clinical implications of a mindfulness meditation-based stress reduction intervention in the treatment of anxiety disorders, Gen Hosp Psychiatry. 1995;17(3):192-200.
6. Beauchamp-Turner D, Levinson D: Effects of meditation on stress, health, and affect, MedicalPsychother: Int J. 1992;5:123-31. 7. Teasdale J, Segal Z, Williams J, et al: Prevention of relapse/recurrence in major depression by mindfulness-based cognitive therapy, J Consult Clin Psychol. 2000;68(4):615-623.