terça-feira, 31 de julho de 2018

Mindfulness e Compaixão no trabalho: Como ser um bom profissional?


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Mindfulness e Compaixão no trabalho: Como ser um bom profissional?

Será que para ser considerado um “bom” profissional devemos deixar nossas emoções e sentimentos do lado de fora do escritório? Nas empresas e escritórios existe uma crença “antiga” de que devemos suprimir nossas emoções se queremos fazer bons negócios, crescer dentro das empresas e ter uma carreira de sucesso, ou seja, devemos deixar nossa vida pessoal em casa.

Sheryl Sandberg, Diretora de Operações do Facebook disse: “Traga todo o seu ser para o trabalho. Não creio que tenhamos um ótimo profissional de segunda a sexta e um verdadeiro eu no resto do tempo. É tudo profissional e é tudo pessoal”. Sim, na verdade é impossível vivermos esta divisão sem sofrimento e stress, somos seres inteiros onde quer que estejamos. Mas que todos os nossos “eus” possam estar integrados e possam nos ajudar em nosso progresso de forma positiva e apropriada precisamos aprender a ter agilidade emocional.

Susan David, Psicóloga da Faculdade de Medicina de Harvard e CEO da Evidence Based Psychology, autora do livro Emotional Agility, explica que durante a nossa rotina de trabalho dentro das organizações assim como na vida cotidiana, temos milhares de pensamentos, sentimentos, emoções, percepções, experiências e histórias internas. E é como lidamos com tudo isso que nos impulsiona como profissionais e na forma como interagimos com o mundo ao nosso redor.

Se desejamos ser capazes de estarmos e sermos seres saudáveis com os nossos pensamentos, emoções e histórias é fundamental termos agilidade emocional, mesmo em relação às emoções negativas e/ou destrutivas, pensamentos ruminantes/fantasiosos ou preocupantes. A agilidade emocional permite que escolhamos a forma como queremos viver, agir de acordo com as nossas escolhas com consciência e obter o grau de liderança que queremos diante de um mundo tão competitivo. E o ponto principal para isso é conhecer as nossas emoções e aprendermos com elas, e isto inclui aquelas emoções que ou negligenciamos ou escondemos.

Começamos reconhecendo quais são as nossas emoções através da prática da Mindfulness ou Atenção Plena. Meditar para muitos soa como uma atividade sem sentido, ou para pessoas fracas, sensíveis, místicas ou espirituais, o que para muitos são aspectos que não combinam em uma grande corporação. Mas um relatório publicado na Harvard Health, temos a seguinte descrição de Mindfulness:
A prática de focalizar a atenção propositalmente no momento presente –
e aceitá-lo sem julgamento.

A chave aqui é que você esteja consciente ao que acontece no momento presente, focando  e percebendo o que acontece dentro de você, sem criticar ou julgar o que está sendo percebido. O treinamento da Atenção Plena ensina a focar a atenção nas sensações de momento a momento durante não somente à pausa consciente mas também durante as atividades da vida cotidiana. Para quem trabalha com multitarefas – aprendemos a fazer uma coisa de cada vez, dando total atenção à atividade. Isso nos ensina a silenciar o ruído mental, a focar na atividade deixando de lado as atividades que não são relevantes para aquele momento o que nos torna mais conscientes do que estamos fazendo e experimentando.

Muitos indagam se a agilidade emocional é ou não uma qualidade natural ou inerente ao ser humano. Na verdade, a agilidade emocional não é uma qualidade natural, mas Susan David ensina que podemos adquirir e fortalecer essa habilidade através da prática, segundo ela: “Mostrar as emoções é a ideia de não lutar com elas. Em vez de dizer – estou estressado – devemos reconhecer que há uma diferença entre estar estressado versus estar com raiva, desapontado ou triste. Quando rotulamos nossas emoções, especialmente nossas emoções mais difíceis, de maneira mais precisa, somos capazes de fazer escolhas intencionais e mais conectadas com o que realmente estamos sentindo”.

Em seu livro Emotional Agility ela compartilha algumas perguntas que os líderes  que lutam para entender suas emoções podem se perguntar onde estão:

1.              1.  Eu posso estar certo, mas minha resposta é servir-me, a organização ou a equipe?  A maioria   dos líderes sente a necessidade de estarem certos em suas escolhas, mas mesmo que o mundo inteiro concordasse com a escolha, ainda assim o líder tem que fazer uma escolha na forma como vai agir.
2.       Será que o que estou fazendo é viável? Muitas vezes o profissional fica preso em situações que exigem uma conversa difícil. Podem optar por satisfazer uma necessidade imediata, mas o problema de longo prazo continua. Sentem apenas um alívio momentâneo. E ai vem a dúvida sobre sua capacidade de sucesso em longo prazo. A agilidade emocional nos permite reconhecer o quanto lidar com o curto prazo é mais fácil, em vez de olharmos a realidade e dar o passo certo mesmo que difícil para resolver a questão em longo prazo.
3.       Eu sei qual é a minha tarefa, mas afinal qual é o meu objetivo?  Ao fazer esta pergunta, o líder pode na verdade desconhecer as prioridades de sua lista de atividades. O que realmente deseja alcançar?
Todo ser humano sente uma gama enorme de emoções e sentimentos, muitos desconhecidos, muitos escondidos ou negligenciados, e muitos outros que nem sabem nomear. Quando os executivos e líderes não possuem a capacidade de estarem abertos a todas as emoções que não só ele, mas também a sua equipe está sentindo, eles impossibilitam a transformação, diminuem a motivação, o envolvimento e comprometimento com o sucesso da organização.
O treinamento da mente pela prática da Mindfulness e da Compaixão diminue a velocidade da mente, a necessidade de realizar multitarefas ao mesmo tempo, ensina a reconhecer o que o indivíduo está sentindo, levando em consideração todas as emoções, aprendendo a nomeá-las e a falar sobre elas, principalmente as que afetam o próprio trabalho, os relacionamentos profissionais e pessoais e influencia no desempenho das pessoas ao seu redor.
Bibliografia:
Emotional Agility, Susan David

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