Chinnamasta Devi é uma dez Mahavidyas, as outras são: Kali, Tara,
Bhuvaneswari, Bhairavi, Dhumavati, Bagalamukti, Sodashi, Matangi e Kamala.
Podemos encontrar Chinnamastha também no Budismo como Vajra Vairochani.
Sua imagem ao primeiro olhar causa certo espanto, Devi decepou sua
própria cabeça, que ela segura em uma de suas mãos enquanto bebe o fluxo de
sangue que esguicha de seu pescoço. Ao seu lado encontram-se duas Dakinis nuas
que também bebem do fluxo de sangue que jorra do pescoço da Devi. Seus Beejas
Mantram são Hum Phat.
Os Mantram de Chinnamastha são:
·
Shreem Aim Kleem Sauh Shreem Hreem Kleem
Aim Haum;
·
OM Kreem Kroom Streem;
·
Im Hum
Phat;
·
Shreem Kleem Aim Vajravairochaniye Hum Hum
Hum Phat Swaha;
·
Shreem Hreem Hum Aim Vajra Vairochaniye
Shreem Hreem Aim Phat Swaha;
·
Shreem Aim Kleem Sauhm Shreem Hreem Kleem
Aim Haum Shreem OM Kleem Aim Vajra Vairochaniyr Hum Hum Hum Phat Swaha.
As armas de Chinnamasta são: Vajra, Dardo, Pau, Facão, Aguilhão,
Elefante, Gancho, Tridente, Lótus e o Cakra.
A cabeça decepada simboliza a libertação do estado de condicionamento ou
limitação. Ao cortar a cabeça, a Mãe Divina revela seu verdadeiro Ser, que é
incondicionado, Infinito e eternamente livre. Essa idéia de liberdade é
reforçada por sua nudez, que simboliza que Ela não pode ser coberta ou contida
por qualquer peça de vestuário. Porque Ela além de Infinita é também autônoma.
O poder criativo da consciência pela qual o
Universo se torna manifestado é representado pela grinalda de caveiras que
Chinamastha e suas assistentes usam. Essa guirlanda é chamada de Varnamala, a guirlanda de letras do
Sânscrito, é um símbolo da criatividade divina. Chinamastha usa um cordão
sagrado na forma de uma serpente, que simboliza a imortalidade e a
incorruptibilidade.
O casal copulando na imagem é o Deus Kama e sua consorte Rati. Kama
representa o desejo sexual e Rati a união sexual. Rati encontra-se sobre Kama,
da mesma forma que Kali está sobre Shiva; ou seja, no nível mais alto, o
princípio feminino (Shakti) é a consciência em seu ativo o modo de projeção,
manutenção e dissolução da criação, o princípio masculino (Shiva) é a Terra inativa
de toda a existência, a luz eternamente imutável de consciência. Sem Shiva,
Shakti não teria nenhum Ser, e sem Shakti, Shiva não teria expressão – Kama e
Rati simbolizam esse mesmo princípio; algumas vezes eles estão em cima de uma
flor de Lotus, noutras em uma pira de cremação.
Quando Chinamastha está sobre o casal, simboliza que Ela já superou o
desejo sexual, está totalmente voltada para a espiritualidade o que deve ser o
ideal prático do aspirante espiritual. Uma segunda interpretação complementa a primeira,
tem uma dimensão cósmica. O ato de cópula entre Kama e Rati representa a
capacidade criativa divina. Nas Upanishads Kama (desejo) é identificado como a
única causa de manifestação cósmica. Assim a Mãe Divina exerce o poder
absoluto, Ela tem a liberdade de se manifestar como assim desejar. Ela controla
seu próprio desejo e sua própria energia criativa. Olhando por este ponto de
vista, Chinamastha tem o poder sobre o impulso criativo, Ela pode se expressar
na forma do Universo, Ela é livre para fazê-lo, se desejar reprimir a
manifestação, Ela também pode fazê-lo.
Junto com suas duas servas,
Chinamastha representa os três Gunas ou as três energias universais básicas. O
Guna Sattva, simboliza a brancura da Chinamastha que é o Guna mais elevado. O
sangue escorrendo do pescoço de Chinamastha representa a força vital (Prana) ou
a energia cósmica que anima o Universo e sustenta toda a vida. Assim
Chinamastha é auto-existente e totalmente independente. Toda a vida é
alimentada pela Mãe Divina. Outra interpretação que os três fluxos de sangue
representam Ida, Pingala e Sushumma, sendo o canal central a própria Deusa.
Todo este simbolismo ligado à Chinamastha significa a esmagadora
importância de nos livrarmos das idéias erradas e das limitações imposta a nós
pela ignorância de nossa verdadeira natureza. Apesar de a imagem ser
assustadora, a Mãe Divina não morre, porque Ela é indestrutível e eterna por
sua própria natureza. Tem significa que ser altruísta na realidade não nos
machuca, apenas diminui a força do ego.
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