Assim como eu
A muito
tempo me dedico ao estudo da Psicologia Contemplativa que a cada dia mais me
fascina, e minha felicidade aumenta quando acompanho inúmeras pesquisas
científicas e simpósios como o que aconteceu recentemente – Simpósio Internacional
Varela – 2020, que reuniu renomados nomes da ciência como Phd Dr Richard
Davidson Neurocientista da Universidade de Wisconsin reconhecido pelo seu sobre
a neuroplasticidade do cérebro feito com meditadores avançados entre outros
trabalhos significativos e também estiveram presentes Roshi Joan Halifax, PhD;
Sensei Al Kaszniak, PhD; John Dunne, PhD; Jonathan Schooler, PhD; Kalina
Christoff, PhD; Jay L. Garfield, PhD; Elissa Epel, PhD; Wendy Hasenkamp, PhD.
Este
simpósio explorou o Grande Panorama da Consciência – Insights da Neurociência,
Ciência Cognitiva e Budismo. Questões importantes foram abordadas e debatidas
nos campos dos estudos budistas, filosofia da mente, psicologia contemplativa,
tais como: podemos estar conscientes sem que haja algum objeto ou algum
conteúdo da consciência? Como podemos ter consciência de estarmos conscientes,
ou seja, experienciarmos a metaconsciência? O que é divagação mental e como
isso afeta nossa experiência sensorial e cognitiva? Como a atividade da “rede
de modo padrão” afeta a consciência? E os chamados estados mentais incomuns e
experiências místicas? Como podemos regular nossa reatividade física e mental
(incluindo medo e raiva) para reduzir o sofrimento? O que acontece com a
consciência em estados de “inconsciência”? Como a consciência funciona no sono,
durante a anestesia, no coma, em estados de declínio cognitivo, e no momento da
morte?
O mundo
claramente está passando por um momento complexo, onde toda a humanidade está
sendo convidada a rever todo o seu pensar sobre a vida. Urge o desenvolvimento
da consciência. E para mim, que dedico muito do meu tempo ao meu próprio desenvolvimento
e a ajudar outros no caminho não só em consultório, mas também como professora
de meditação e instrutora de Mindfulness e Compaixão o esforço sempre vale a
pena.
Uma das
técnicas que me encanta são aquelas ligadas à compaixão e a autocompaixão, tema
do meu mestrado – Autocompaixão aplicada à Fadiga da Compaixão na equipe
multidisciplinar em Oncologia. Afinal, sofremos quando vemos o outro sofrer,
mas reconhecer o próprio sofrimento e lidar com isso é muito difícil.
Quero deixar
aqui uma prática para aumentar a compaixão, tema importante quando falamos de
desenvolvimento de consciência, afinal, o que compartilhamos como seres
humanos? Devemos apreciar o que temos em comum como seres sencientes, nos
ajudar a apreciar em como somos iguais. Então esta é uma prática para aprender
a apreciar os outros, isso contribui para expandir nossa consciência como seres
humanos, como parceiros, amigos, colegas, os chamados neutros (aqueles que
passam pela nossa vida como carteiros, porteiros, entregadores e tantos outros
seres humanos cujo nome e história não conhecemos) e também aqueles cujo
relacionamento ou convivência é difícil.
Prática
meditativa – Compaixão pelos Outros - Assim como eu
Pare o que
está fazendo, por um instante, acomode-se em sua cadeira, mantendo uma postura
ereta e tranquila, sem ser relaxada e solta demais. Tome consciência de quem
está à sua frente, ou que vem à sua mente quando quero desejar algo a alguém. Então
faça umas poucas respirações, profundas e suaves, tomando contato com seu corpo
e sensações. Não precisa de muito tempo para isso, uns dois minutos é o
suficiente. Então silenciosamente comece mentalmente a repetir frases, como os
exemplos abaixo, enquanto apenas observa seu parceiro.
“Essa pessoa
tem um corpo, fala e mente, assim como eu”;
“Essa pessoa
tem sentimentos, pensamentos e emoções, assim como eu”;
“Essa pessoa
experimentou durante a sua vida dores e sofrimentos físicos e emocionais, assim
como eu”;
“Essa pessoa
já esteve triste em algum momento, assim como eu”;
“Essa pessoa
ficou decepcionada na vida, assim como eu”;
“Essa pessoa
se preocupa, assim como eu”;
“Essa pessoa
sente raiva, assim como eu”;
“Essa pessoa
vai morrer, assim como eu”;
“Essa pessoa
deseja alivio do sofrimento, assim como eu”;
“Essa pessoa
deseja ser amada, assim como eu”.
Permita que
outras frases como estas surjam em sua mente, desejos de bem-estar, saúde e
felicidade:
“Eu desejo
que você esteja livre da dor e do sofrimento”;
“Eu desejo
que você esteja em paz e feliz”;
“Eu desejo
que você seja amado, porque é um ser senciente, assim como eu”;
Então faça
um encerramento mental de gratidão e perdão do seu jeito, da forma que achar
mais apropriada.
Perceba as
sensações e emoções que surgem em seu corpo e sua mente.
Pequenas
pausas meditativas como esta têm mostrado seu valor em várias áreas da vida.
Promovem bem-estar, reflexão, compaixão, atitudes empáticas e altruísticas,
melhoram relacionamentos, conexão social e muito mais. Convido a todos a
tentar, e gostaria que compartilhassem a experiência.
Analista
Junguiana
Professora
de Meditação
Instrutora de Mindfulness e Compaixão
Terapias
Baseadas em Mindfulness e Compaixão
Palestrante
Contato: seratento.2016@gmail.com ou pelo
whatsapp: (11) 994635825
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