quarta-feira, 10 de julho de 2013

Vedanta

Vedanta
“O Guru é Brahma, o Guru é Visnu, o Guru é Siva, o Deus dos Deuses, o Guru é verdadeiramente o Brahman  Supremo. Saudações ao Guru adorável”

A Realidade Absoluta que é a causa fundamental do Universo e de todos os seres sencientes. É além de todas as limitações que podem se causadas pelo tempo, espaço e matéria. Esta Realidade Primordial é pura Consciência, livre de todo conceito ou julgamento, indivisível e também homogênea.
Em sânscrito, o eu individual é chamado de – Jiva – este eu individual aprece que é limitado pelo espaço, tempo, matéria, pelo nome ou forma, também está cheio, é pura consciência, livre, indivisível e homogêneo.
Esta consciência individual que no Ocidente chamamos de Self tem sua origem na Consciência Absoluta.  E ambas estão cheias, e ambas são puras, livres, indivisíveis e homogêneas, então como uma coisa que é completa em si - mesma pode ter origem em algo que tem exatamente as mesmas características?
Podemos usar uma metáfora – o espaço. O espaço tal como nós o vemos é livre, puro, ilimitado, a tudo permeia, é indivisível e também homogêneo. Podemos construir uma casa e assim dizemos que limitamos o espaço com a casa, podemos deixar que o pó tome conta de tudo o que está na casa, e dizemos que a casa está empoeirada, mas todos nós sabemos que o espaço não pode ser dividido  nem tão nem tão pouco tornar-se empoeirado ou impuro. O espaço está cheio de tudo o que ele contém, mas é ao mesmo tempo, ilimitado, indivisível, imensurável e puro.
Podemos dizer o mesmo sobre a Natureza da Consciência Absoluta, que é a Suprema Realidade. Nada pode vir dela e só ela existe. Nós nos sentimos seres individuais, esta individualidade que sentimos é devido aos adjuntos limitantes do complexo corpo/mente, que na realidade é apenas uma aparência ilusória, da mesma forma que os objetos dos sonhos, que enquanto sonhamos acreditamos serem reais, ou como as miragens que surgem no deserto, ou como na metáfora indiana da corda que no escuro se parece com uma cobra.
A alma individual ou Jiva, quando vista em sua verdadeira natureza como Consciência Pura, sozinha, despojada de todas as suas limitações, é conhecida por ser uma e a mesma Consciência Absoluta.
Primeiro temos os quatros Vedas (Veda quer dizer conhecimento na língua sânscrita) – Rg Veda, Sama Veda, Atharva Veda e AyurVeda; depois surgiram as Upanishads, escritas por diversos Rishis, e são conhecidos como o fim dos Vedas ou Vedanta. Além das Upanishads compõem o Vedanta textos como Brahma Sutras, Bhagavad Gita, Viveka Chamdamuni de Skankara entre outros.
 Vedanta é uma palavra sânscrita onde Veda é conhecimento e Anta é fim.  Vedanta é considerado o maior conhecimento espiritual já escrito, e segundo os estudiosos depois dele não há nada mais a ser conhecido. Vedanta é de conhecimento próprio – Atmavidya. É o conhecimento da Verdade Absoluta – Brahmavidya. Vedanta ensina a natureza real ou a essência de Deus, do Universo e do Ser Individual (Self) e sua Unidade com Deus.
A quintessência dos ensinamentos do Vedanta é que Brahman – O Absoluto é a Consciência Existência Bem Aventurança – Sat Chitt Ananda; é Benção Absoluta a única Realidade, e o Universo é apenas uma ilusão (Maya), e o ser (self) é essencialmente Brahman – o próprio Deus.
A unidade de Jiva com Brahman é o objeto de estudo do Vedanta.  Devido à falta do correto entendimento sobre a sua verdadeira natureza, o homem permanece iludido e considera-se limitado e devido à sua limitação atrai: doenças, infelicidades, angústias, ansiedade, depressão, uma vida repleta de problemas inumeráveis, e uma busca repleta de esperanças. Vedanta mostra o caminho para erradicar esses problemas de uma vez por todas e permite ao homem atingir a mais alta Iluminação espiritual, felicidade verdadeira, paz mental e liberdade (Moksha) do repetido ciclo de nascimento e morte.
Conhecer o Ser (Atmavidya) e conhecer a Consciência Absoluta (Brahmavidya) é o maior conhecimento a ser obtido. É o mais alto conhecimento de todas as atividades humanas. A Unidade de Atman (Self) com Brahman (A Absoluta Consciência) é o objetivo real do Yoga e do Vedanta. Yoga tem sido definido nas Upanishads e no Bhagavad Gita: “Quando os sentidos são retirados de seus respectivos objetos do mundo exterior, quando a mente está controlada e o intelecto não mais se move, este estado é chamado de Estado Supremo ou Yoga”
Katha Upanishad
“A Última Felicidade é a verdadeira mensagem do Yoga. Tendo sido criado nesta felicidade, não é abalada pela mais severa das adversidades. Ela é a cessação completa da experiência da dor. Yoga é equanimidade da mente em todos os momentos e me todas as situações”.
Bhagavad Gita
“Yoga é a absorção em si – mesmo verdadeiro por cessação de todas as atividades mentais”.
Yoga Sutra
Os meios para alcançar este Yoga são: Yama – disciplina sensorial; Niyama – observância dos votos  e valores espirituais éticos; Asana – Postura confortável para sentar-se em meditação sem ser perturbado por longo período de tempo; Pranayama – Respiração adequada e rítmica; Pratyahara- retirada dos sentidos e da mente dos objetos externos; Dhyana – Meditação ininterrupta e contínua sobre o Self verdadeiro por longa duração; Nirvikalpa Samadhi – Absorção do Eu Verdadeiro alheado da idéia de meditador e meditação.
“Nirvikalpa Samadhi - a Verdadeira Natureza de Brahman é vividamente e decididamente percebida, nunca o contrário. Em outros estados a mente, sendo instável por natureza, permanece misturada com outros pensamentos”.
Viveka Chudamuni – Shankara
Karma Yoga – realizar todas as ações como adoração a Deus sem procurar os seus resultados; Bhakti Yoga – Amar a Deus de todo o coração, com inabalável devoção; Jnana Yoga – (Vedanta) – discriminação e correta compreensão do Ser e do Não – eu, são também os meios para atingir o Yoga.
Cultura é o acumulo de experiências. Experiências armazenadas e transmitidas de geração a geração. A língua é a ferramenta da cultura para comunicação e divulgação dos pensamentos e das experiências. Como uma ferramenta de comunicação cultural, o Sânscrito ocupa um lugar único entre as diversas e inumeráveis línguas do mundo. É uma linguagem que tem chegado até nós desde os tempos antigos sem ter sido diluída com tempo. É a única linguagem que tem dado origem e manutenção a uma grande família de línguas do mundo. É uma linguagem que desenvolveu um sistema cientifico de fonética e iniciou a ciência da Filologia em seu desenvolvimento.
Por conta disso, o sânscrito hoje conhecido como Devavani é a linguagem das pessoas altamente cultas. A palavra sânscrita significa uma linguagem que é refinada, culta e gramaticalmente imaculada. O Sânscrito produziu a primeira literatura do mundo, os Vedas e é o único idioma que apresentou uma filosofia científica, lógica e religiosa para a humanidade. Ela contém um tesouro de literatura muito rica e preciosa em vários ramos do conhecimento que nos foi transmitido pelos antigos videntes e pensadores da Índia.
Sânscrito é a língua mais importante na área de enriquecimento espiritual e da verdadeira realização da vida humana. Nela se encontra tudo o que é fascinante, elevado e nutritivo na experiência humana.











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